
A primeira coisa que me veio à cabeça ao ler a notícia de que um homem morreu e outro ficou tetraplégico em um acidente envolvendo duas bicicletas em Porto Alegre foi: podia ter sido eu, podia ter sido um amigo, podia ter sido meu pai (que pedala quase todos os dias).
Já fui atropelada por bikes duas vezes na nossa valorosa capital gaúcha: uma como pedestre e outra como ciclista (sim, acredite). Me machuquei, mas nada perto do que aconteceu nesse caso trágico, registrado no último domingo (9).
Pedalar é um risco, ainda mais quando sabemos que há imprudência de todos os lados no trânsito. Todos mesmo. Não é apenas em Porto Alegre, mas especialmente na capital gaúcha. Vejo isso todos os dias.
Nesse caso, as circunstâncias da batida ainda não estão claras. O que se sabe é que o atendimento de emergência demorou e levou mais de uma hora para ser concluído (os motivos disso serão investigados pela Polícia Civil).
Além disso, ao que indica o relato de uma testemunha, um dos ciclistas andava em alta velocidade. Ambos usavam capacete, mas, para a vítima fatal (um homem de 71 anos), de nada adiantou, tamanha a força do impacto — ele teve morte encefálica em razão da colisão.
O acidente só repercutiu agora (não sei explicar como, porque é espantoso). Foi junto ao Viaduto Abdias do Nascimento, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, na Orla, onde, todos os domingos, a via é fechada para lazer.
Ou seja: não foi culpa de um carro ou de uma moto. Também não foi causado das más condições das ciclovias da cidade, porque os dois transitavam na avenida.
De quem foi então? Não sei e não cabe a mim dizer. Tudo, nessa história, é triste. Que esse episódio sirva de alerta, em especial a nós, ciclistas.