Uma das óperas mais populares de todos os tempos, "Carmen", de Georges Bizet, será levada ao palco do Theatro São Pedro neste sábado (25) e domingo (26), em uma produção especialíssima: com dois elencos e duas estrelas da nova geração do canto lírico gaúcho, as mezzo-sopranos Carol Braga e Camila Umpiérrez.
As apresentações marcam o fim da segunda edição do Ópera Estúdio, curso pioneiro de formação de cantores, financiado pela Secretaria da Cultura e realizado pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), em parceria com a Companhia de Ópera do RS (Cors) e a Fundação Theatro São Pedro.
— Foram seis meses de aulas e ensaios. Será uma montagem completa, em uma junção de quatro instituições — celebra Flávio Leite, à frente do projeto.
Considerada a primeira ópera realista, "Carmen" estreou em Paris, em 1875. Sua crueza chocou as primeiras plateias. Por aqui, a ambientação original da Sevilha da década de 1820 será trazida aos dias atuais.
Sobre o enredo
Dividida em quatro atos, a história acompanha a jovem cigana Carmen, que seduz o cabo Don José. Após conquistá-lo, Carmen volta para os braços do toureiro Escamillo, sobre quem pesa uma profecia de morte. Inconformado, Don José confronta a cigana, terminando por assassiná-la.
O enredo rico em drama, violência e comédia é embalado pelas composições grandiosas de Bizet, que serão executadas pela Orquestra Theatro São Pedro. O público reconhecerá facilmente as árias “Habanera”, “Seguidilla” e a “Canção Toreador”, que até hoje habitam o imaginário popular, transcendendo o mundo da ópera.
Sobre a montagem
No espetáculo, Carmen se transforma na cantora de uma casa noturna atual, enquanto Escamillo é um famoso cantor de ópera vindo de Granada. Já o guarda Don José leva uma vida pacata ao lado da namorada Micaela até trocá-la pelo amor de Carmen.
Buscando dar maior intensidade dramática à história, Carlos Rodriguez, responsável pela direção cênica, pela concepção e pelos figurinos, fez alterações na partitura, cortando ou adaptando a maioria dos coros. “
No fosso do teatro, o maestro Sérgio Sisto fará a regência e a direção musical do espetáculo, que terá cenários de Yara Balboni. A coreógrafa Andressa Pereira criou um balé especialmente para a montagem com a intenção de jogar luz na infância miserável de Carmen. A bailarina porto-alegrense Ana Medeiros (La Negra), expoente do flamenco no Brasil, foi convidada a fazer uma participação especial.
Ingressos
Infelizmente, os ingressos para as duas apresentações já estão esgotados. A intenção, segundo Flávio Leite, é realizar uma nova temporada no início de 2024.
Concurso de canto
Além das apresentações de sábado e de domingo, quem gosta de ópera tem mais uma opção nesta sexta-feira (24): a Ospa apresenta, às 20h, na sua sala sinfônica, na Capital, a etapa final do 1º Concurso de Canto Decápolis de Andrade, criado com o objetivo de valorizar os tenores líricos do Brasil.
Os três finalistas da competição, Alexandre Vaz, Giovanni Marquezeli e Lazlo Bonilla, cantarão à frente da orquestra, que será regida pelo paulista Gabriel Rhein-Schirato. Uma comissão de especialistas escolherá o melhor deles, e o público também poderá participar da votação, elegendo um dos cantores com o Prêmio do Júri Popular.
Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla, por valores entre R$10 e R$50. O concerto também terá transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Ospa.
O concurso é uma homenagem ao cantor lírico Decápolis de Andrade, que nasceu em Porto Alegre em 14 de outubro de 1943 e morreu em 8 de abril de 2021. O artista foi o tenor que mais vezes se apresentou junto da Ospa, além de ter atuado como professor de canto da Escola de Música e do Coral Sinfônico da orquestra.
Os finalistas disputarão os prêmios de 1º lugar (R$ 5 mil), 2º lugar (R$ 3 mil) e 3º lugar (R$ 2 mil) e interpretarão árias de óperas escritas por Mozart, Puccini, Verdi, Donizetti e Lencavallo. Os ganhadores do 1º lugar e do Prêmio do Júri Popular serão convidados a participar como solistas da temporada artística da Ospa em 2024.