
Uma ideia genial está conectando empresas e comunidades para estimular o hábito da leitura em escolas públicas e entidades beneficentes da Capital. Com financiamento via Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto Biblioteca Porto Alegre 250 anos já começou a renovar acervos literários na cidade e planeja distribuir 20 mil livros a uma centena de estabelecimentos nos próximos meses.
A ação integra o hub Nossa Biblioteca, uma “fábrica” de ideias para aumentar o número de leitores no Brasil, em parceria com a iniciativa privada. Até o fim deste mês, 25 bibliotecas escolares e comunitárias serão beneficiadas na Capital.
— É uma forma de homenagear a nossa cidade e de atualizar os acervos com livros novos e atrativos, selecionados a dedo — diz Adriane Laste, idealizadora do hub e coordenadora-geral do projeto, produzido pelo Grupo Consultoria Empresarial e chancelado pela Secretaria Especial de Cultura, ligada ao Ministério do Turismo e ao governo federal.
A curadoria é do jornalista Ivan Pinheiro Machado, da L&PM Pockets, uma das principais editoras gaúchas. Cada doação é pensada conforme o perfil da entidade que vai recebê-la. Há desde títulos clássicos até obras recém-saídas do prelo, de autores brasileiros e estrangeiros.
— A intenção é realmente suprir a carência das escolas e oferecer diversidade, com um foco especial em autores gaúchos — explica o editor.
Até agora, a ação conta com seis apoiadores (Renner e Hermann, TK Elevator, Unifertil, Antonio Saraiva, Girando Sol e Panfácil). Ao participar, eles abatem do imposto de renda o valor aplicado na compra dos livros e, em troca, ganham visibilidade para suas marcas.
Entre os locais já contemplados, estão um colégio municipal, dois estaduais e a Fundação Pão dos Pobres, que faz um baita trabalho e atende, ao todo, 1,4 mil crianças e adolescentes.
— Todo mundo adorou, porque são livros novos e bem atuais. O projeto qualificou a nossa biblioteca e já está nos ajudando a fomentar o interesse cada vez maior pela leitura, que é muito importante para o desenvolvimento das crianças — afirma Natalia Martins, coordenadora pedagógica da fundação.

Como nascem os livros
Além da renovação dos acervos, o projeto terá oito atividades de contação de histórias e a oficina “Como nascem e crescem os livros”, da escritora Paula Taitelbaum, em formato de vídeo-aula. As ações terão audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras) para garantir acessibilidade a alunos e professores com algum tipo de deficiência.
Para pensar
Segundo reportagem publicada pela BBC News Brasil a partir de informações do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), o país perdeu ao menos 764 instituições do tipo entre 2015 e 2020. Em 2015, o SNBP contabilizava 6.057 bibliotecas públicas municipais, distritais, estaduais e federais. Cinco anos depois (dado mais recente disponível), o número caiu para 5.293.