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O contrato de concessão do Cais Mauá foi projetado considerando a cheia de 1941, quando o Guaíba atingiu 4m76cm. Com uma nova realidade em maio de 2024 - quando a elevação chegou a 5m35 -, o governo do Estado informa que o contrato poderá ser alterado.
Especialistas serão consultados para que novas análises sejam feitas. Somente ao final destes estudos é que será possível saber se ajustes no contrato de 30 anos serão feitos.
- Temos que consultar especialistas porque houve uma catástrofe de grandes proporções. Antes dessa avaliação, não temos como afirmar se haverá necessidade de alterar o projeto. Nesse momento todo o governo está focado em salvar vidas e em recuperar a infraestrutura essencial que foi severamente afetada - informa o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi.
Como a licitação já foi realizada, alterar o contrato neste momento implicaria em fazer ajustes que precisarão ser discutidos com o vencedor do leilão. O Consórcio Pulsa RS poderá ser ressarcido se novos investimentos forem acrescentados.
- Todo contrato de concessão pode ser alterado para se adequar à realidade, mas sempre é necessário fazer uma avaliação dos impactos para ambas as partes - destaca Capeluppi.
Sem o muro
A nova proteção contra as cheias, planejada para o Cais, prevê uma contenção fixa de 1m26cm - um piso elevado, que permite caminhar por sobre ele. A estrutura será construída entre o Guaíba e os armazéns. Quando for necessário, uma barreira móvel - de 1m74cm - será instalada por cima, fazendo com que se atinja a marca de 3 metros - mesma altura do muro.
- A estrutura foi projetada a partir de laudos de especialistas, e previa um nível de proteção equivalente ao muro em termos de altura, e com um sistema mais moderno. Evidentemente que faremos uma consulta a especialistas novamente, tendo em vista o nível que a água chegou - avalia o secretário.
A assessoria do Consórcio Pulsa RS e o arquiteto líder do grupo, Sérgio Stein, foram procurados. Até o momento, não houve retorno aos questionamentos feitos pela coluna.
Dia 17
Pela previsão do governo do Estado, o contrato de concessão seria assinado na sexta-feira (17). Com a publicação do decreto de calamidade pública, todos os processos administrativos estão com prazos suspensos.
- Impossível pensar nisso neste momento. A estrutura está submersa. Vamos ter de avaliar quando a água baixar - complementa Capeluppi.