Quando a duplicação da RS-118 começou a sair do papel, em 2006, o governo desenvolvia a obra apenas em um trecho de dois quilômetros, em Gravataí. Havia R$ 6 milhões para executar o serviço e a ideia futura era realizar os trabalhos em 11 quilômetros, mesmo que não houvesse projetos, licitações ou dinheiro.
Os governos posteriores seguiram a mesma lógica. As contratações ocorriam a partir do momento da conclusão dos projetos, que eram construídos de forma isolada.
É como se, para construir a Rodovia do Parque, o governo, em vez de realizar uma licitação, criasse mais de 15 concorrências diferentes para contratar empresas, de forma individual. Além de deixar a obra mais cara, ela ficou mais suscetível a atrasos característicos de licitações.
Por que isso ocorreu? Porque não havia dinheiro, porque não havia certeza do tamanho da obra e porque não havia uma política clara de prioridades desde a década de 90, quando as negociações sobre obra foram iniciadas.
A duplicação da RS-118 completou, em julho, 14 anos em obras. A promessa do governo é que ela seja inaugurada em até 28 dias.
Os capítulos:
01) A falta de dinheiro;
02) Obras isoladas;
03) Obras incompletas;
04) Reassentamentos;
05) A crise do CNPJ;
06) A crise do asfalto;
07) Faz e refaz;
08) A perda de dinheiro;
09) As novas invasões;
10) A pouca sinalização;
11) O grande lixão;
12) O cemitério;
13) O erro que afetou a polícia;
14) A obra que nasce defasada.