Porto Alegre necessita de obras de troca de asfalto. As ruas e avenidas da cidade precisam de intervenções. Um dado divulgado há mais de um ano e meio pelo prefeito Nelson Marchezan demonstra que o problema já foi identificado: 80% da malha asfáltica está vencida.
Ou seja, as operações tapa-buraco que foram e são realizadas a todo instante, por anos a fio, servem apenas para torrar o dinheiro do cidadão, pois são consertos paliativos, que, isoladamente, podem ser executados com poucos recursos, mas as ações custam caro já que os remendos duram quase nada e a prefeitura precisa recapear os mesmos trechos rotineiramente.
Portanto, a prefeitura acerta ao realizar essas intervenções que estão ocorrendo nas avenidas Bento Gonçalves, Protásio Alves, Ipiranga, Nilo Peçanha, entre outras. E, diferente, da operação tapa-buraco, este serviço que está em execução pela cidade tem maior durabilidade, pois prevê obras de drenagem, fresagem e pavimentação.
Um exemplo é a Avenida Castelo Branco. Em abril de 2014, uma das principais vias de entrada e saída de Porto Alegre recebeu intervenção semelhante. Já se passaram seis anos e ela segue em bom estado de conservação e a vida útil do pavimento ainda resiste mais uns quatro anos.
E como erra, então? A prefeitura pecou ao não se adiantar. Não correu contra o tempo para tentar causar o menor impacto possível no dia-a-dia das pessoas.
Não precisa ser especialista em trânsito e em obras para saber que o melhor momento para executar intervenções ao ar livre é no período de dezembro a março, por causa da escassez de chuva durante o verão e do menor movimento nas ruas em razão das férias.
As duas licitações foram concluídas pela prefeitura no segundo semestre do ano passado. As concorrências chegaram ao fim em 21 de novembro de 2019. Uma semana depois, as empresas foram convocadas a apresentarem suas documentações, o que ocorreu na primeira semana de dezembro.
A partir daí, a prefeitura demorou 15 dias somente para marcar a solenidade e assinar os contratos. Esse tempo parece curto se analisado isoladamente, mas é um prazo abundante se for avaliado que era período de verão e com pouco movimento nas ruas.
As obras só foram começar em nove de janeiro de 2020, depois das festas de fim de ano. Os trabalhos iniciaram-se pelas Avenidas Nilo Peçanha, Protásio Alves e Bento Gonçalves.
Em março, a Avenida Ipiranga entrou na relação. O cronograma está seguindo planejamento da Secretaria Municipal da Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim). As complicações no trânsito ainda estão sendo absorvidas. E devem demorar um pouco até que as pessoas se adaptem.
Com o fim das férias e o começo das aulas em escolas e universidades, algumas das principais avenidas estão com congestionamentos insuportáveis.
Para piorar, a prefeitura sofre com o problema clássico enfrentado em obras públicas. Uma das empresas está enfrentando dificuldades para executar os trabalhos que foram iniciados na Avenida Bento Gonçalves. Além disso, a Petrobras deixou de fornecer asfalto durante dois momentos desde que os serviços começaram.
Serão investidos R$ 23 milhões até o fim do ano na recuperação de 17 quilômetros de vias. Obras necessárias, que certamente trariam impacto na vida das pessoas por causa do seu prazo de execução. Mas a cidade precisa destas e de outras obras. Porém, se soubermos executá-las no tempo adequado, será possível trazer mais beneficio e menos prejuízo a todos.