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Por 20 dias a atenção da mídia no Brasil foi dominada por Lázaro Barbosa, o psicopata do Cerrado. O fim dessa novela da vida real aconteceu na segunda-feira (28), quando o criminoso foi encontrado e morto por um grupo de policiais militares e civis.

Lázaro era investigado por mais de 30 crimes, que vão de estupro a assaltos, passando por vários homicídios. Só entre o Distrito Federal e Goiás ele teria praticado cinco assassinatos, incluindo o de uma família inteira de moradores de um sítio. Na Bahia já tinha cumprido pena pela morte de dois comerciantes que viram ele crescer, o chamavam pelo nome e cujos filhos eram amigos dele. O bandido manteve famílias reféns, tiroteou com policiais.
Resta esclarecer uma grave suspeita: a de que ele Lázaro era usado como matador por fazendeiros interessados em grilar terras de vizinhos. Um deles inclusive está preso, por dar abrigo ao criminoso durante vários dias.
Dentre as tantas curiosidades macabras desse caso, uma delas está no nome. Lázaro, como muitos sabem, é aquele morto que foi ressuscitado por Jesus, segundo a Bíblia. Um amigo de infância do filho de Deus, que teria dito, ao deparar com o seu corpo: “Levanta-te e anda”. É provável que os pais do assassino tenham se comovido e decidido homenagear a passagem bíblica, dando a ele, quando bebê, esse nome.
Só que a trajetória de Lázaro está mais para lazarento, um adjetivo que em português tem vários significados. Um deles é “leproso”. Mas é mais utilizado como xingamento, sobretudo no nordeste brasileiro. Essa palavra, no sertão, tem o sentido de insuportável, terrível.
E parece que Lázaro fez de tudo para virar lazarento, honrar a fama de insuportável e terrível. Entre os crimes atribuídos a ele está o estupro, tortura e assassinato da mulher do dono de uma chácara, além de outros abusos sexuais em mais de uma década.
Por tudo isso, raras vezes se viu um alívio tão unânime com a morte de alguém como a de Lázaro. E que não ressuscite, como seu homônimo bíblico.