A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

A detecção de um caso de influenza aviária na Argentina neste final de semana reacende o sinal de alerta em todo o Rio Grande do Sul. Distante a menos de 700 km de São Borja, na fronteira oeste do Estado, a doença foi identificada na província de Chaco em galinhas, perus e patos de quintal. O setor produtivo gaúcho, agora, se organiza para intensificar cuidados emergenciais entre os criadores e a indústria. Um encontro deve ser marcado para esta terça-feira (18).
"Com certeza, preocupa", reconhece José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav):
— Mas, em 2023 (quando foram registrados casos da doença no Estado), os órgãos oficiais e o setor tiveram um trabalho exemplar, de ações, monitoramento, varredura. Já demonstramos que temos capacidade de enfrentamento, caso vier (a doença).
Na Argentina, para evitar a propagação da influenza aviária, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) dos hermanos colocou em prática um protocolo sanitário. No local afetado, fez-se o que chamou de "despovoamento" e a aplicação de medidas de higiene e desinfecção.
A presença mais uma vez da doença em aves domésticas na Argentina não afeta o status sanitário do país nem atividades comerciais.
A recomendação do Senasa, que também vale para o Rio Grande do Sul e o resto do Brasil, adianta Santos, é a de manter os espaços com os animais protegidos, sem o contato com aves silvestres, higienizar e desinfectar periodicamente os galinheiros e restringir o acesso de aves silvestres a fontes de água e comida do galinheiro.
Em junho deste ano, o Rio Grande do Sul pode completar dois anos da detecção da doença em aves silvestres — e dois anos em que conseguiu manter o problema longe dos planteis comerciais.