A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo após a enchente, o Rio Grande do Sul seguiu no segundo trimestre com a menor taxa de inadimplência da população rural do país. De acordo com dados divulgados pela Serasa Experian nesta semana, o percentual gaúcho chegou a apenas 4,3% no período. O avanço foi de apenas 0,1 ponto percentual sobre o primeiro trimestre.
A porcentagem de endividamento é menor, inclusive, do que a média brasileira, que chegou a 7,4%.
Head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta diz que, para entender o cenário, é preciso considerar a suspensão das negativações no Rio Grande do Sul anunciada pela Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) em razão da cheia. A interrupção durou 60 dias.
E acrescenta:
— Além disso, os sulistas que atuam com o agro têm um longo e positivo histórico de experiência e resiliência durante os momentos de crise, contando também com uma adesão significativa aos instrumentos de seguro rural, que ajudam a mitigar riscos.
Para César Júnior, gerente-executivo de soluções agro da Serasa Experian, a menor porcentagem de endividamento tem a ver também com a diversificação de culturas do Estado.
— E, na enchente, felizmente, a infinita maioria das áreas já estava colhida. Houve impacto na qualidade dos grãos. Também houve danos na infraestrutura de energia elétrica, armazenagem — pondera também Júnior.