
Augusto De Cesaro comanda a terceira maior varejista de alimentos do Rio Grande do Sul, a UnidaSul. Como a coluna antecipou, o grupo abrirá supermercados Rissul e atacarejos Macromix com investimento de R$ 350 milhões até 2027. Outros R$ 60 milhões irão para reformar lojas. O presidente recebeu a coluna na sede, em Esteio, quando detalhou ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, a ampliação dos negócios.
Por que diz que a história da empresa começou com um caminhão?
Na nossa origem, transportávamos o que se comprava do produtor para vender na loja no interior de Farroupilha, na Vila Jansen. Era um pequeno armazém na década de 1960, mas que tinha tudo, sapato, roupa, alimentos... Vendia inclusive ferro, areia e madeira de construção. Mas meus pais descobriram na Scharlau (bairro de São Leopoldo) um atacado que era cliente e os donos queriam vender para sair do negócio. Então, ali fomos do pequeno armazém ao primeiro supermercado em 1975.
O senhor começou ainda pequeno?
Com 12 anos, comecei aprendendo no balcão a separar as coisas e empacotar. Minha mãe cuidava da boca do caixa. Já faz 61 anos. Depois, fui para compras e aí começamos a crescer. Lembro do primeiro padeiro, do primeiro açougueiro...
Como foi ter supermercado na hiperinflação?
Tinha que cuidar muito com as compras, acompanhar o preço de venda para cobrir o de reposição ou não adiantava vender. Tínhamos um controle muito grande para ter um estoque para fazer frente à inflação.
Quando a rede deu o salto de crescimento?
Sempre havia uma ambição pela cidade onde estávamos e por aquelas ainda carentes de supermercados. Começamos então a crescer por Sapiranga, Campo Bom... Fomos até Igrejinha, Três Coroas... E fazíamos a logística das lojas. Em 2006, a UnidaSul surgiu da união entre Comercial Unida e Comercial Rissul. Aí, pensamos: como crescer sem retaguarda para receber, estocar e entregar loja a loja? Por isso, temos aqui o complexo de 75 mil metros quadrados para atender as lojas diariamente, com depósitos, indústria, padaria, hortifrutigranjeiros.

Como será a expansão?
Até 2027, já temos contratos bem assinados e comprometidos para 16 lojas. Cinco novas agora em 2025. Cada uma tem cerca de 150 funcionários, que se somam aos atuais 7,2 mil.
Por que a opção por ter, além de supermercados e atacarejos, transportadora e indústria?
Nos preocupamos com transporte desde a nossa origem. A logística também faz parte do nosso negócio. Temos ainda o frigorífico onde fazemos abate dos animais para ter carne com a nossa marca. Na indústria, temos CBS e Valore. As marcas próprias representam 15% das nossas vendas. A padaria é nossa fortaleza, entrega nas lojas todos os dias mais de 200 itens que fabricamos.
Há espaço para a venda online crescer em supermercados?
Nosso e-commerce está ficando pronto, já começando. Ainda falta acertarmos a entrega final, a "última milha", entregar direitinho ao consumidor no horário em que ele pediu. A maçã não pode chegar amassada, a caixinha de leite tem que estar direitinha, bem embalada. Nas duas lojas de Porto Alegre, do Rissul, a venda online já é 10% do faturamento.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: gaúcha dribla tarifaço, forno chinês na Serra e demolição de antigo Nacional
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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