
A reação super positiva da bolsa de valores (em alta) e do dólar (com queda) à suspensão de taxas anunciada por Donald Trump é pelo anseio de algum alívio qualquer na guerra comercial, mas a tensão está longe de terminar. Até mesmo porque, para fins práticos, foram adiadas por 90 dias apenas as tarifas recíprocas. A taxa geral de 10% sobre importações, na qual o Brasil foi incluído, está mantida para todos. Ou seja, Trump parece ter recuado mais para atacar seus principais alvos do que se mostrar aberto a uma negociação ampla. A postura é ainda de quem está "mandando no campinho".
Mas o que são as tarifas recíprocas? São aquela "gordura" acima da taxa básica de 10%. Elas foram aplicadas para alguns países, a partir de uma fórmula de cálculo da Casa Branca muito baseada no déficit comercial, ou seja, quem exportava mais para os Estados Unidos do que importava de lá.
Outro ponto, a suspensão foi somente para países que não retaliaram. Ou seja, exclui China e União Europeia. Em tese, o mercado norte-americano se mostra mais aberto a quem ficou "manso", países que poderiam substituir a fatia dos "vingativos". Mas é cedo para dizer isso. Ainda tem muita água para passar embaixo desta ponte para se ter um cenário estável para empresas decidirem o que fazer.
Não era fake news?
Aliás, na segunda-feira (7), a Casa Branca havia posto como boato a possibilidade de adiamento de tarifas por 90 dias. Disse: "É fake news", referindo-se à notícia atribuída ao diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett. E então?
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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