
Não se sabe até onde vai o capítulo da guerra comercial que envolve Estados Unidos e China, com suas retaliações sequenciais que já colocam taxas adicionais superiores a 100%. Enquanto isso, o mundo tenta projetar os impactos, sejam países, setores ou mesmo empresas. No caso dos têxteis, há um receio de uma inundação do mercado brasileiro de produtos chineses, mas também do Vietnã, de Bangladesh e da Índia. Comprando US$ 100 bilhões por anos, os Estados Unidos são o maior importador do mundo de têxteis, que, se perderem competitividade lá pelo tarifaço, buscarão outros compradores.
A indústria têxtil daqui, claro, está preocupada. Diretor do Sindicato da Indústria do Vestuário do Rio Grande do Sul (Sivergs), Silvio Colombo acredita que a América Latina será o "destino predileto" e que a situação dependerá da reação tributária do Brasil.
— Vai depender de como o governo brasileiro vai tributar. É importante garantir isonomia de impostos — diz Colombo.
Será preciso observar o consumidor final, mas também as compras feitas pelas lojas, que hoje já vendem grande quantidade de roupas fabricadas na Ásia. O varejo — salvo poucas exceções — vai onde o custo é mais baixo, reconhece o presidente da Federação das Associações Gaúchas do Varejo (FAGV), Vilson Noer.
E seria uma oportunidade para as fábricas brasileiras no mercado dos Estados Unidos? É difícil, mas não impossível. Mesmo que o mercado norte-americano abra espaço para produtos de outros países menos taxados pelo presidente Donald Trump, não é fácil as marcas daqui substituírem as asiáticas, principalmente no fator preço. A avaliação do setor é de que é preciso conquistar uma boa competitividade.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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