
Com contrato de financiamento de imóveis ainda emperrados desde o final do ano passado por falta de recursos para emprestar, terá mesmo dinheiro para a ampliação do Minha Casa Minha Vida (MCMV) aprovada nesta terça-feira (15) pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)? A diretora de Assuntos Habitacionais do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul (Sindimoveis-RS), Simone Carvalho, diz que sim. A origem será o fundo de exploração de petróleo no pré-sal, que injetará R$ 15 bilhões. Lançada pelo governo federal no início de abril, a "Faixa 4" é destinada a famílias com renda de até R$ 12 mil — considerada classe média. O juro dos financiamentos será de 10%.
— Vão priorizar as construtoras (crédito para que façam os projetos) para movimentar a economia e fortificar a linha de crédito do MCMV, que não tinha mais recurso. É uma ação voltada à classe média, que terá 80% financiado — explica Simone.
— Para classes mais baixas, continuam "catando" verba. Continua sem recursos para imóveis usados, por Carta FGTS e MCMV até faixa 1, 2 e 3.
Mesmo que o lançamento de imóveis tenha pisado no freio com a alta do juro no ano passado, ainda tem uma oferta grande. A medida do governo federal, portanto, movimenta este mercado, que é gerador de empregos.
Presidente do Banrisul, Fernando Lemos comentou à coluna que também considera a medida positiva, pois é importante para acesso à habitação e movimenta o setor. Recentemente, o banco liberou R$ 1 bilhão para financiar projetos de construtoras, que estavam com dificuldades de obter recursos com a Caixa Econômica Federal (CEF).
Impacto da medida
A projeção é de que até 120 mil famílias sejam alcançadas pela nova faixa do Minha Casa Minha Vida. Também se estima que até 100 mil famílias que atendem aos critérios das faixas atuais sejam beneficiadas com a redução de juros após a revisão dos limites de renda — também aprovada pelo conselho do FGTS. A mudança deve gerar um impacto orçamentário de R$ 5,45 bilhões. Além disso, famílias de qualquer faixa poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil.
Os novos limites
- Faixa 1: de R$ 2.640 para R$ 2.850
- Faixa 2: de R$ 4,4 mil para R$ 4,7 mil
- Faixa 3: de R$ 8 mil para R$ 8,6 mil
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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