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Caindo para o quarto lugar, o Rio Grande do Sul perdeu para o Paraná a sua tradicional terceira posição no ranking nacional de potência instalada de energia solar, que mantinha ao longo dos últimos cinco anos. São Paulo e Minas Gerais seguem na liderança.
Pelo mapeamento de janeiro da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Rio Grande do Sul ultrapassou 3,2 gigawatts de geração própria em 344 mil telhados, fachadas e pequenos terrenos. A estimativa da entidade é de que já tenha atraído R$ 16,3 bilhões em investimentos, com geração de 96 mil empregos pelo setor e arrecadação de R$ 4,9 bilhões aos cofres públicos.
Porém, a perda de ritmo de crescimento já ocorre desde o ano passado, quando a instalação de sistemas fotovoltaicos por gaúchos já foi 30% menor do que em 2023, enquanto o país teve avanço de 15%.
A coluna noticiou ainda em outubro de 2024 as negativas das concessionárias para conexão de novos projetos, parcial ou totalmente. O argumento era a norma federal da inversão de fluxo, que determina que regiões não podem gerar mais energia do que consomem. A reclamação da Absolar é de que as companhias de energia não apresentam os estudos técnicos que comprovem as impossibilidades.
– A situação com a RGE é bem crítica. Argumentam que o volume de conexões existentes na sua área de concessão é bem alto. A CEEE Equatorial está menos complicada, mas também não está aprovando algumas potências em alguns locais – relata a coordenadora estadual da Absolar no Rio Grande do Sul, Mara Schwengber.
Mara recomenda que o consumidor pondere isso com a empresa na hora da compra do sistema, até mesmo para não tomar financiamento e ter o projeto limitado. Ainda vale a pena, pois há economia, mesmo que não se consiga abater toda a conta de luz.
– A grosso modo, se tem a limitação de gerar 50% do que consome, investirá R$ 15 mil para economia de R$ 400 mensais na conta, em vez de R$ 30 mil para abater R$ 800. O tempo de payback (retorno do investimento) será o mesmo.
Uma saída
O projeto de lei 624/2023, que tramita no Senado, institui o Programa Renda Básica Energética (Rebe) e atualiza o marco legal da geração própria renovável, de 2022. Com ele, as distribuidoras ficariam proibidas de impedir os consumidores de conectar sua microgeração distribuída. Se for necessário algum reforço na infraestrutura elétrica, a distribuidora fica responsável por fazê-lo.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: usina de R$ 6 bi, navios de petróleo em Rio Grande e ações da Renner
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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