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Embora seja uma empresa brasileira, a Gerdau tende a se beneficiar da elevação a 25% das tarifas para os Estados Unidos importarem aço, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump. Isso porque a multinacional - criada no Rio Grande do Sul e hoje com sede em São Paulo - produz nas suas fábricas norte-americanas o que vende no país. Aliás, vem dos Estados Unidos 40% do seu EBITDA - resultado operacional, que seria beneficiado pela alta de preços com a concorrência menor da importação.
Com esta estrutura de negócios, a Gerdau não exporta do Brasil para lá, como reforçou em nota enviada à coluna. Ainda assim, não quis comentar possíveis reflexos: "sem as medidas efetivamente apresentadas, é prematuro avaliar os potenciais impactos." As ações da siderúrgica estão subindo cerca de 5% nesta segunda-feira (10). Porém, é recomendada cautela para comprar o papel, pois Trump já recuou de outras medidas que ameaçou implementar e o mercado brasileiro não anda favorável ao aço.
Já operações brasileiras de CSN, Usiminas e ArcelorMittal seriam prejudicadas pelas taxas, por venderem parte da produção para os Estados Unidos.
Mercado brasileiro
Uma reclamação forte da Gerdau era contra a China. Há cerca de um ano, o CEO Gustavo Werneck afirmou que o aço chinês era trazido ao Brasil preço menor do que o custo de produção, o que caracteriza uma concorrência desleal.
Vice-presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), Antônio Roso diz, porém, que o setor precisa mesmo é que sejam retomados os investimentos em infraestrutura que foram anunciados.
- A medida do Trump é protecionista, ainda não sabemos até onde vai e também é possível encontrar outros destinos para substituir os Estados Unidos. Mas nosso problema agora é aqui com a demanda do mercado brasileiro mesmo - disse.
Aliás, vale lembrar o alerta do diretor de políticas públicas e relações governamentais da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Fabrizio Panzini, na entrevista à coluna de que o recado claro que Trump passa com as tarifas é de que é para investir e produzir nos Estados Unidos.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Maria Clara Centeno (maria.centeno@zerohora.com.br)
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