Foi enviada à prefeitura de Porto Alegre a proposta preliminar do consórcio contratado para fazer a modelagem para despoluir o Arroio Dilúvio e transformar a Avenida Ipiranga. A Operação Urbana Consorciada (OUC) aponta melhorias no sistema de esgoto sanitário, drenagem urbana e criação de um parque ao longo das margens do arroio.
O andamento está dentro do cronograma, que previa a entrega da proposta agora em setembro para, então, ser submetida à comunidade. O secretário Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Germano Bremm, explica que as propostas serão analisadas por técnicos da prefeitura e, a partir de novembro, discutidas com a população.
- Com a enchente, revisitamos o projeto para reforçar a drenagem. Os próximos passos vão até abril, quando será feito o projeto de lei. Faremos oficinas e audiência antes de terminar o texto - explica Bremm, que também é coordenador de Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática.
Uma das medidas listadas é a implantação de coletores de esgoto em pontos específicos em épocas de baixa vazão da rede pluvial; e a criação e adequação de novas Casas de Bombas de Tempo Seco (CBTS). Segundo a Smamus, isso impede o despejo de esgoto misto (da chuva e sanitário) diretamente na rede de drenagem urbana.
Além disso, o projeto prevê instalação de novas "ecobarreiras" ao longo da Ipiranga e em seus afluentes e a melhoria na capacidade de escoamento das águas pluviais nas Estações de Bombeamento de Água Pluvial (EBAPs) e nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Também estão previstas intervenções nos planos diretores de drenagem urbana dos arroios Moinhos e Dilúvio para controle de enchentes.
Por fim, o parque "linear" teria "biovaletas", canais rebaixados que incorporam elementos com solo drenante (que permite a passagem de água para o solo), pedras e vegetação. Os jardins teriam plantas e microrganismos capazes de remover poluentes das águas. Esta parte prevê uma espécie de "platôs", que facilitariam a travessia de pedestres por cima do Dilúvio, diz a diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini.
A Operação Urbana Consorciada é executada pelo Consórcio Regeneração Urbana Dilúvio, formado pelas empresas Profill, Consult e Pezco. Uma das ideias para viabilizar economicamente o projeto é usar investimentos do mercado imobiliário por meio de contrapartidas. A prefeitura pretende autorizar a construção de prédios mais altos na avenida, atraindo empreendedores para leilões de compra de índices construtivos. O mesmo modelo foi usado no Centro Histórico e no 4º Distrito.
Confira o estudo preliminar completo:
Cronograma
2023
- Etapa 1 - Planejamento e prospecção de dados
Coleta de dados, reuniões técnicas, plano de trabalho
2024
- Etapa 2 - Análise de dados e diagnósticos preliminares
Relatórios de diagnóstico preliminares: estudos urbanos, mobilidade, econômico, ambiental, demográfico e jurídicos.
- Etapa 3 - Propostas preliminares de intervenção
Relatórios e propostas preliminares, estudos urbanos, mobilidade, econômico, ambiental, demográfico e jurídicos.
- Etapa 4 - Consultas preliminares e revisão do programa de intervenções
Consultas públicas, revisão do programa de intervenções.
- Etapa 5 - Consolidação dos estudos
Relatórios consolidados: estudos urbanos, mobilidade, econômico, ambiental, demográfico e jurídicos
2025
- Etapa 6 - Audiências públicas, licenciamento e relatório final
Audiências públicas, relatório final, minuta do projeto de lei.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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