Bens de capital formam um segmento que não aparece tanto, mas que é de extrema relevância para o setor industrial como um todo, especialmente no Rio Grande do Sul. São aqueles equipamentos que fábricas produzem para outras, que querem aumentar ou aprimorar sua produção. É o caso da Weco, fabricante gaúcha de caldeiras fundada há 58 anos com a mesma unidade onde funciona hoje, na zona norte de Porto Alegre. Os equipamentos usam de caroço de açaí a casca de arroz. Confira a entrevista do diretor Luiz Henrique Campos ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
Recentemente, venderam caldeiras para a nova unidade Fruki, em Paverama. Quais outros negócios estão engatilhados?
Caldeira é algo que não se vende todo dia. Tem mês bom, mês mais devagar, mas fizemos boas obras no ano passado. Na Fruki, é uma caldeira de vapor de cinco toneladas, para queimar lenha. Vendemos uma para uma indústria de polímeros uma caldeira de óleo térmico a gás e começamos uma caldeira para uma fábrica da Vibra em Minas Gerais. Também instalamos outra na BRF Pet, da Mogiana, em São Paulo. Exportamos um pouco, mas nosso forte não é exportação. O foco é mercado interno. Fomos selecionados por qualidade e preço competitivo.
É um equipamento grande, que precisa ser transportado e empresas de outros Estados buscam no Rio Grande do Sul. Como conseguir o preço competitivo?
Temos uma estrutura bastante enxuta, com 80 funcionários, e buscamos sempre tecnologias novas para ter equipamento de ponta. Um exemplo é o sistema de gases de combustão, o que o enquadra nas normas ambientais. Também é uma marca consolidada de empresa sólida, capitaneada pelo presidente Gilberto Petry (também presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, a Fiergs).
O produto é personalizado?
Exatamente. Não temos um equipamento igual ao outro. Podemos fazer equipamentos para vários combustíveis. Instalamos uma caldeira na Heineken em Belém do Pará que queima caroço de açaí. Outra, em Ipiúna, na Bahia, movida a caroço de café. Estamos instalando agora uma no Ceará que vai queimar casca de babaçu e estou negociando uma em Pelotas que usará casca de arroz.
Quanto custa?
Varia de R$ 500 mil a R$ 15 milhões, dependendo da capacidade. Pode ser um equipamento que vai atender um pequeno hospital ou uma caldeira grande, que atende uma indústria de papel ou uma cervejaria.
Como estão os negócios com a economia atual?
Vínhamos bem até agosto do ano passado e teve uma queda forte no final do ano. Já 2024 começou bem, fevereiro não foi tanto, mas a perspectiva é de que seja melhor do que 2023. Trabalhamos de um a dois anos com um cliente até fechar negócio. Investimentos parados estão sendo retomados.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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