Enquanto ainda lida com a recuperação judicial e tenta vender a sua operação de varejo, o grupo Paquetá tem o segundo mês consecutivo de atraso de salários. São 7 mil funcionários, e boa parte não recebeu o pagamento de abril, cujo vencimento foi nessa segunda-feira (8). Na folha anterior, conseguiu pagar no prazo metade do valor devido a cada funcionário.
Questionado pela coluna, o secretário-geral do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga, Leandro Santos, disse ter recebido da empresa o posicionamento de que é preciso concretizar a venda das lojas para entrar dinheiro para pagar o salário também da indústria e de centro de distribuição. A assinatura do contrato, porém, estaria aguardando a negociação de uma cláusula. Em Porto Alegre, o Sindicato dos Empregados do Comércio (Sindec) fechou um acordo para pagamento em dia. O presidente, Nilton Neco, informa que abrange 425 trabalhadores.
A coluna já havia noticiado que estava avançada a negociação de venda das lojas da Paquetá para o grupo Oscar Calçados, de São Paulo. Entre credores, fornecedores e trabalhadores, a expectativa é grande para que o recurso entre e seja usado para sanear as finanças da parte industrial, que é a maior do grupo.
O Grupo Paquetá entrou em recuperação judicial em 2019. Dois anos depois, teve o plano de reestruturação aprovado pelos credores. À época, a dívida estava estimada em R$ 428 milhões.
Fundado há 40 anos, o Grupo Oscar tem mais de 100 lojas atualmente, além da operação de venda online. Comercializa calçados, roupas e acessórios. As unidades ficam no interior de São Paulo, Vale do Paraíba, Triângulo Mineiro, Joinville (SC), Alagoas e Paraíba.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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