Feirões são oportunidades de renegociação porque reúnem os credores, mas são necessários cuidados para não piorar a situação financeira. Às vezes, a pessoa que está inadimplente, vendo sua dívida crescer e sem acesso à crédito, quer resolver logo a situação. Como educação financeira não é o nosso forte, consumidores acabam aceitando acordos sem avaliar se realmente terão capacidade de fazer os pagamentos apresentados na reformulação da dívida. A conta não é paga - o que seria o ideal -, mas apenas empurrada para mais adiante. Meses depois, voltam a ficar inadimplentes.
Monitoramento do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) aponta que dívidas renegociadas ocupam o segundo lugar na origem da inadimplência do brasileiro, atrás apenas do cartão de crédito. Muitas vezes, se reduz o valor, mas se aumenta o número de parcelas. Dependendo dos termos quanto à aplicação do juro, isso eleva a dívida. Outro ponto é que a pessoa limpa o nome no feirão, toma mais crédito para comprar e depois se embola novamente nas prestações.
Uma alternativa é unificar contratos de dívidas com uma taxa de juro melhor. Se não conseguir identificar se a proposta está vantajosa ou não, procure algum familiar que possa ajudá-lo a analisar, alguém de confiança, sugere a coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do Idec, Ione Amorim.
A Lei do Superendividamento estimulou a criação de grupos para reunir credores e identificar a melhor forma para o devedor reestruturar seus débitos, negociando em bloco e definindo quais pagar primeiro, substituição de crédito e como fazer a quitação. É semelhante à recuperação judicial de empresas. A ideia é que órgãos públicos e instituições de ensino ajudem na orientação e na negociação. Ainda está pouco disseminado, mas pode ser um serviço muito útil à população.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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