Junho não foi bom para o varejo, e, segundo fontes da coluna, julho também não. O IBGE apontou recuo de 1,8% nas vendas do comércio sobre maio, primeiro resultado negativo após quatro meses. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 2%.
O comércio gaúcho, no primeiro semestre de 2022, ante o mesmo período de 2021, cresceu 8,5%. Houve avanço em seis atividades: livros, jornais, revistas e papelaria (32,0%); tecidos, vestuário e calçados (19,3%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (17,2%); combustíveis e lubrificantes (16,2%); hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (5,9%). Duas atividades tiveram resultados negativos: equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-32,2%) e móveis e eletrodomésticos (-3,8%). No comércio varejista ampliado, material de construção fechou o primeiro semestre de 2022 com queda de 14,2%, enquanto veículos e motos, partes e peças teve retração de 5,8%.
"Em tempos de desemprego ainda elevado, inflação de dois dígitos e aumento dos juros, as famílias adiam o consumo do que podem. Os candidatos mais frequentes a 'variáveis de ajuste' são os bens de consumo duráveis, que representam um gasto expressivo frente ao rendimento da maioria das famílias. A recomposição do consumo de serviços dos mais ricos, com o controle da pandemia, também tende a enfraquecer a demanda por estes bens.", diz análise do Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (Iedi), setor que planeja a produção conforme a tendência de vendas no varejo.
Há a previsão de que a queda de preços agora, provocada em boa parte pela redução de tributos por leite federal, estimule consumo. Vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA) e presidente da Lojas Lebes, Otelmo Drebes disse à coluna, que esteve em visita à sede da empresa, que agosto já está com números melhores. Ele se mostra otimista com a Black Friday, o Natal e as vendas tradicionais de Copa do Mundo. Passadas as eleições, consumidores também devem se sentir mais seguros em gastar.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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