A palestra de maior engajamento da 112ª NRF, feira de varejo aqui em Nova York, foi, sem dúvida, a da vice-presidente do Morgan Stanley, Carla Harris. Ela chegou ao palco cheia de energia, segurou o ritmo até o final, quando foi aplaudida de pé pela plateia. De cara, ela já avisou que usaria o espaço para três coisas: defender um 2022 forte, falar de duas mudanças “que irão afetá-lo profundamente” e compartilhar pensamentos sobre um líder impactante. Lembrou que o mercado financeiro odeia incerteza e surpresa, duas coisas que estão no horizonte envolvendo questões geopolíticas, inflação, problemas na cadeia de suprimentos e um mercado de trabalho difícil.
- Mas os bons sinais superam os ruins. O consumo pessoal é o mais baixo de todos os tempos. Mais de US$ 2 trilhões estão com os consumidores - referindo-se, também, ao dinheiro injetado pelo governo - As taxas vão subir, mas ainda estaremos em um ambiente essencialmente de juros baixos. O estímulo que ocorreu é uma indicação de uma política monetária e fiscal muito acomodada. Dólares nas mãos dos consumidores, em outras palavras, significam boas notícias para o varejo. Parece um bom ano.
Entre empresários da plateia, o ponto alto foi quando Carla falou sobre liderança. É um anseio permanente, mas que ganhou mais relevância na pandemia. Foi um desafio liderar em tempos de incerteza, com trabalho remoto, crise sanitária e econômica.
- Se você vai levar as pessoas para um território incerto, você precisa ganhar a confiança delas. Em tempos incertos, as pessoas anseiam por estabilidade, e a capacidade de ser transparente é essencial para fornecê-la. Naquilo que sabe e no que não sabe. Você deve criar clareza, mesmo que não possa ver.
A executiva listou o que chamou de "pérolas" da liderança: autenticidade (uma das palavras preferidas da colunista aqui), construir confiança, clareza, criar outros líderes, coragem, diversidade que amplia a visão, inovação, inclusão e diz:
- Para ensinar as pessoas a inovar, você precisa ensiná-las a falhar - a frase mais marcante de Carla, na opinião da coluna. Isso inclui entender que falhas e erros acontecem, que não são o fim e, claro, como lidar e o que aprender com eles.
A vice-presidente do Morgan Stanley também destacou que houve mudanças profundas de consumo e de relações de trabalho. Com mais opções de escolha de canais de compra e de entrega, o poder do consumidor ganhou força, que estão atrás de empresas engajadas com o seu propósito. Um momento semelhante aconteceu com os funcionários, que buscam mais flexibilidade nos contratos.
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* A coluna Acerto de Contas, do Grupo RBS, está em Nova York para cobrir a 112a. NRF, feira anual de varejo, a convite de Sindilojas Porto Alegre e CDL Porto Alegre. Participa do grupo FFX Eperience.