Empresa de armazenamento de servidores e dados que está construindo seu complexo em Canoas, a Quântico trabalha para ganhar o nível mais alto de uma certificação internacional de eficiência contra falhas de segurança. É o certificado TIA 942, um dos mais importantes do setor, desenvolvido pela Associação das Indústrias de Telecomunicações, que tem sede nos Estados Unidos.

— O TIA é uma norma de data center que certifica a resiliência e a confiabilidade do empreendimento. Ele garante que não haverá falhas nos sistemas dentro de um data center — explica o diretor de operações da empresa, Gustavo Dal Molin.

Um data center é um empreendimento que armazena servidores e computadores de empresas em um único espaço físico. Dentro desse espaço, é importante que haja segurança para evitar, por exemplo, roubos de dados ou quedas em servidores, que podem paralisar os serviços de companhias. 

Para conseguir a certificação TIA 942, são avaliados quatro sistemas: de energia, de ar condicionado, de telecomunicações e da arquitetura do prédio. Dentro de cada um desses sistemas, há análise de vários fatores. Por exemplo, na energia, são analisadas as linhas de transmissão e a distribuição dentro do prédio. No sistema de ar condicionado, é analisado como estão instalados os dutos e a distribuição de ar. Já nas telecomunicações, a vistoria olha por quais postes chegam as fibras, como elas entram no terreno, se elas se cruzam, etc. Por fim, na parte arquitetônica, é avaliado o controle de acesso, a segurança do prédio, a resistência física, etc. 

— O nosso muro, por exemplo, resiste a batida de caminhão. O prédio resiste a queda de helicóptero. Toda questão de resiliência do data center é analisada para garantir que o que está na tomada pra dentro funcione, para garantir que não vá faltar energia, ar condicionado, telecomunicações, e não vai ter nenhum risco de uma pessoa entrar sem controle — conta Dal Molin. 

Ao todo, são quatro níveis de classificação. O nível 1 é quando o empreendimento não tem redundância, ou seja, só há um gerador, um cabo e uma tomada, e se um deles falhar, o sistema cai. No nível 2, é quando há redundância de equipamento, ou seja, há dois geradores, mas apenas um cabo e uma tomada. No nível 3, há redundância de geradores, cabos e tomadas. Ou seja, se um gerador estragar e um cabo romper, mesmo assim, o sistema segue funcionando. Mas o que a Quântico trabalha para receber é o nível 4. 

— No nível 4, a diferença é que ele avalia a separação física dos equipamentos. Se tu tem dois geradores, tu tem que ter uma parede entre geradores. Se o gerador pegar fogo, por exemplo, o outro segue preservado. Então tem que ter distância física entre cabos. E considera, também, que isso funcione sozinho. Então se qualquer parte do sistema falhar, o sistema tem que consertar sozinho, automaticamente. 

O certificado só será emitido com o início da operação da empresa, previsto para dezembro de 2022. Os empresários estão confiantes que receberão o nível 4, já que estão construíndo o empreendimento cumprindo as normas da TIA. Caso consigam, serão o primeiro data center da América Latina a ter a certificação máxima do órgão, que é um dos mais importantes do setor, junto da certificação Tier, que é emitida pela empresa privada Uptime.

Sobre o projeto 

Em janeiro deste ano, O Quântico fechou a parceria com a Prefeitura de Canoas para construir um data center de 19 mil metros quadrados no Parque de Inovação da cidade. Ao todo, a empresa vai investir mais de R$ 400 milhões ao longo dos próximos 10 anos e gerar mais de 300 empregos diretos e indiretos. 

— Temos a ideia de ser referência no setor dentro do Estado e da região sul do Brasil. Ser aquele nome que vem na ponta da língua quando se pensa em data center — finaliza o diretor. 

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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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