Em um comentário no meu Facebook, um leitor contou que teve um reajuste salarial de 4,31%, mas a prestação do financiamento imobiliário subiu 25,31%. Ele ainda disse: "Aí, fica complicado". É verdade. A discrepância dos indicadores de inflação está enorme.
O salário do leitor foi reajustado pelo INPC, um índice de inflação do IBGE que considera o orçamento de famílias de renda menor. Há pressões fortes sobre ele, como o preço dos alimentos. Por outro lado, algumas despesas sobem menos, como serviços prestados sem espaço para reajustes enquanto o bolso do cliente ainda está apertado.
Por outro lado, há dívidas que têm o seu contrato "amarrado" a outros índices de inflação, que são vários na nossa economia. O IGP-M, por exemplo, tem ficado acima de 30% nos últimos 12 meses. E creio que foi esse o indicador aplicado ao empréstimo do leitor, colocando sobre ele todo o impacto do dólar e das matérias-primas em falta há quase um ano no país.
O que fazer? De imediato, tem que renegociar contratos e rápido, já que 25% é um reajuste altíssimo. De preferência, antes de receber o boleto e tomar um susto. Cogite levar seu financiamento para outra instituição financeira, inclusive. Isso é chamado de portabilidade. Qualquer ponto percentual a menos já faz uma boa diferença na prestação. Vai por mim.
Ajuda da Justiça
Assim como os reajustes dos aluguéis, as altas das dívidas por indexadores "fora da realidade" estão motivando ações na Justiça. Indicadores são questionados e outros são sugeridos. Mas o que o Judiciário tem pesado é o caso concreto mesmo, inclusive com a situação financeira de quem é o autor da ação, seja empresa, seja consumidor.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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