Enquanto a inflação está acumulada em 6,71% em 12 meses em Porto Alegre, o preço da cesta básica subiu 18,8% no mesmo período. Ou seja, o custo da comida aumentou quase o triplo do índice ao consumidor. Mas já foi pior. Em alguns momentos de 2020, com a inflação geral menor e os alimentos subindo mais, a diferença chegou a ser de 10 vezes.
Em 12 meses, a alta mais forte foi do óleo, que praticamente dobrou de preço com aumento médio de 98%. Em seguida, está a dupla tão famosa no prato do brasileiro: arroz (+64%) e feijão (+59%).
Em abril, a cesta básica do Dieese subiu 0,44% sobre março, ficando em R$ 626,11 pelos 13 itens pesquisados. Oito ficaram mais caros: o tomate (16,29%), o feijão (5,71%), o açúcar (4,62%), o pão (3,93%), o café (3,82%), o leite (2,25%), a manteiga (1,26%) e a carne (0,27%). Mas arroz, farinha e batata ficaram mais baratos, com destaque para a queda de 15% no preço da banana.
E qual a tendência? Difícil projetar o comportamento da demanda mundial e brasileira, da oferta e, principalmente, do dólar. A cadeia econômica envolve diversos custos, que vão dos fertilizantes às embalagens, passando pelo combustível para transporte. A demanda da China eleva preços de commodities agrícolas. Os preços do milho dobraram nos últimos 12 meses, enquanto a soja subiu cerca de 80%, e o trigo 30%. Grandes bancos de investimento projetam novas pressões de alta.
O impacto disso, sabe-se, é maior nas famílias pobres. São elas que comprometem maior parte da renda com a compra de comida. A inflação dos alimentos, para elas, é implacável.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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