Chegou, finalmente, o dia da assembleia de acionistas para discutir e definir sobre a troca no comando da Petrobras, quando serão avaliados os nomes indicados. Inclusive, a indicação do general Joaquim Luna e Silva para substituir o presidente da estatal Roberto Castello Branco, criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro que prometeu mexer na empresa. De imediato, a interferência política derrubou as ações e deixou os investidores com uma cautela extrema.
Mas a reunião desta segunda-feira (12) não será tranquila. Há uma briga pelas oito cadeiras, o que deixa a disputa acirrada e o mercado de olho. Conselheiros pediram para não terem seus mandatos renovados. O comitê rejeitou dois dos 12 candidatos indicados. Oito nomes foram indicados pela União e quatro, pelos acionistas minoritários.
Castello Branco prometeu seguir o preço internacional até sair do cargo. Na apresentação do balanço de 2020, ele apareceu com uma camiseta com os dizeres "Mind the gap" , expressão tradicional nos metrôs de Londres para alertar os passageiros do vão que existe entre a plataforma e o metrô. Gap também é um termo usado para intervalo de preços. Ele alertava para a importância de cuidar da defasagem entre o preço cobrado pela Petrobras nas refinarias brasileiras com os valores internacionais. E também sobre o gap de eficiência em relação a empresas globais.
Enquanto isso, o preço segue alto ao consumidor. No Rio Grande do Sul, o preço da gasolina voltou a subir nos postos de combustíveis, após duas quedas, que, aliás, foram as únicas reduções do ano. Pela pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina comum subiu seis centavos após ter caído 34 centavos nos dois levantamentos semanais anteriores. Está custando R$ 5,53.
Em tempo, o preço do petróleo começou a semana em alta no mercado internacional. A retomada econômica com o avanço da vacinação nos Estados Unidos eleva a previsão de consumo dos combustíveis. O câmbio é o outro aspecto considerado pela Petrobras para definir preços nas refinarias e o dólar resiste em um patamar alto no Brasil, dado o risco político e fiscal que preocupa investidores.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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