Fabricante de ônibus com sede na serra gaúcha, a Marcopolo fechará uma fábrica no Rio de Janeiro. A unidade fica em Duque de Caxias e terá as atividades encerradas em 30 de outubro. Um fato relevante está sendo enviado ao mercado na manhã desta sexta-feira (2), já que a companhia gaúcha tem capital aberto, com ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3.
Segundo o texto, a decisão faz parte da adequação da capacidade produtiva e da "otimização das plantas", expressão usada pela Marcopolo no texto. Acrescenta que a concentração das operações em um número menor de fábricas no Brasil ajuda a reduzir custos e aumentar eficiência.
"As melhorias operacionais alcançadas nos últimos anos permitirão que as plantas remanescentes tenham capacidade suficiente para absorverem a recuperação de volumes à medida que os mercados se regularizarem, em um cenário pós-pandemia.", diz trecho do fato relevante.
A fábrica do Rio de Janeiro foi fundada em 1955. Em 1999, a Marcopolo comprou 50% da unidade e, em 2001, adquiriu a totalidade da unidade. Ela possui uma área construída superior a 74 mil metros quadrados. No Brasil, a empresa fica agora com as unidades do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo.
A empresa tem sede em Caxias do Sul. Com base no último balanço da companhia, a coluna publicou recentemente que todas as operações da Marcopolo pelo mundo sofreram restrições na pandemia, que foram de 10 dias ao segundo trimestre inteiro. Ela ainda fechou o segundo trimestre da pandemia com lucro, mesmo que 93,7% menor do que no mesmo período de 2019. O resultado foi de R$ 5,4 milhões, contra R$ 86,3 milhões. O coronavírus reduziu a receita da fabricante.
“Todos os segmentos de mercado foram afetados pela retração de demanda, causada pelas restrições no transporte de pessoas, afetando os clientes da companhia no Brasil e no exterior”, ressaltou a Marcopolo no relatório trimestral divulgado pela companhia, que tem capital aberto e, portanto, ações negociadas na bolsa de valores. O endividamento financeiro líquido fechou o semestre em R$ 1,235 bilhão. No meio do ano passado, era de R$ 767,2 milhões.
Parte relevante dos funcionários ficou ociosa. Mesmo com a volta, o nível de produção estava, na ocasião, reduzido em mais de 40% no Brasil e no Exterior. No Brasil, a demanda por ônibus caiu com o impacto do coronavírus no turismo, linhas rodoviárias interestaduais e internacionais, transporte escolar e transporte público urbano. Todos os segmentos da Marcopolo foram afetados.
Já as exportações trouxeram melhor desempenho, segundo a companhia. Dois fatores foram apontados: a desvalorização cambial e as encomendas para a África. E a projeção é aumentar a partir do final do ano:
"A Companhia observa que as exportações devem aumentar novamente a partir do 4T20, tendo em conta a sazonalidade do período e novas entregas para a África." , disse no balanço trimestral.
Na época, a fabricante detalhou aos acionistas o desempenho das controladas pelo mundo. O destaque positivo foi da australiana Volgren, que teve sua produção interrompida por apenas 10 dias, trazendo lucro. Marcopolo México e Marcopolo África do Sul foram afetadas pela suspensão de atividades durante todo o mês de abril e redução da produção a partir do retorno ao trabalho em níveis semelhantes ao Brasil, 50%. A Marcopolo China, apesar da possibilidade de retorno da produção à normalidade, enfrenta queda de demanda em seus mercados, considerando que os produtos são direcionados exclusivamente à exportação para países que ainda sofrem com a pandemia. A argentina Metalsur permaneceu com sua fábrica fechada durante todo o trimestre, com perspectiva de recuperação de resultados a partir do terceiro trimestre. Nas coligadas, a operação colombiana da Superpolo conseguiu uma rápida retomada a partir da volta da produção no início de maio. A indiana TMML permaneceu com atividades suspensas em função da pandemia durante quase todo o trimestre como reflexo de restrições sanitárias, paralisação de fornecedores e queda de demanda. A canadense NFI Group Inc. também trouxe resultados negativos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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