Desde que 2020 começou, um ano de boa expectativa atropelado pelo coronavírus, o Rio Grande do Sul perdeu 5.466 empresas de varejo. Certamente, a maioria é formada por pequenos negócios. O levantamento é do presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo, Sérgio Galbinski, que monitora esses dados de perto. Considerando o fechamento e abertura de negócios, esse foi o saldo negativo que restou. Chama a atenção quando o executivo faz o seguinte comparativo:
-É mais do que uma Novo Hamburgo inteira, onde há 5.194 lojas.
Galbinski considera as inscrições estaduais, pois a Receita Estadual faz o baixamento automático quando não há movimentação por algum tempo. Até porque muitos empresários não fazem o fechamento regular do negócio, extinguindo o CNPJ.
- É uma decisão difícil, muito difícil. Muitas vezes, envolve acabar com uma empresa de décadas. Mas há também muitos negócios que já não estavam bem, que o fechamento era considerado e a pandemia levou à decisão final.
O presidente da AGV chama a atenção para o segmento do vestuário, que é bastante representativo. Considerando as lojas de roupas e calçados, o Estado está com 962 empresas a menos.
Para entender a dimensão do número, veja que no último dia de 2019, o Rio Grande do Sul tinha 117.142 inscrições estaduais ativas de comércio varejista. No fechamento de maio agora, eram 111.676 registros.
- Nós estamos na mesma tempestade mas não no mesmo barco. Alguns pagam aluguel e outros estão tem lojas próprias. Alguns vendem vestuário e calçados e outros vendem produtos para o lar. Alguns estão em shopping e outros em loja de rua. Alguns já estavam com web andando e outros estão entrando agora.
Mas, falando nisso, duas colunas da semana passada apontam que o empresário também pode definir a velocidade da sua retomada, dentro do que o cenário individual permite. Relembre:
Como uma empresa vendeu 45% mais com 600 lojas fechadas na pandemia
O conselho do gigante para o pequeno: "Seja um chihuahua com cabeça de leão"
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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