A carne fechou 2019 com novas elevações no preço. A atualização da Cesta Agas, divulgada pela Associação Gaúcha de Supermercados com pesquisa da UFRGS, apontou aumento em todos os cortes bovinos na última semana de dezembro. As altas variaram de 3,5%, para a paleta, até quase 15%, no caso do patinho, considerando que ocorrem sobre preços já majorados.
A coluna recuperou os preços do fechamento de 2018 para observar o aumento registrado no período. As altas são bem intensas e muito acima da inflação do período, que fechou em 3,56% em Porto Alegre para se ter uma ideia. Confira as variações e os preços médios encontrados nos supermercados:
Chuleta: +28%
Preço médio por quilo em dezembro de 2019: R$ 29,82
Em dezembro de 2018: R$ 23,28
Costela minga: +28,8%
Preço médio por quilo em dezembro de 2019: R$ 24,01
Em dezembro de 2018: R$ 18,64
Coxão de dentro: +26,9%
Preço médio por quilo em dezembro de 2019: R$ 35,89
Em dezembro de 2018: R$ 28,27
Moída de primeira: +15,2%
Preço médio por quilo em dezembro de 2019: R$ 30,31
Em dezembro de 2018: R$ 26,29
Paleta: +21%
Preço médio por quilo em dezembro de 2019: R$ 18,91
Em dezembro de 2018: R$ 15,63
Patinho: +25,2%
Preço médio por quilo em dezembro de 2019: R$ 33,61
Em dezembro de 2018: R$ 26,84
O aumento de preços na finaleira de dezembro já era esperado, por ser uma época de maior consumo de carne para as festas de Natal e Ano-Novo, além das outras tradicionais comemorações da época. Lembrando que a alta começou no campo lá por meados de outubro, teve impacto nos frigoríficos e chegou logo depois ao consumidor. Ela foi motivada, em especial, pela exportação recorde. Caiu a oferta de carne no merca do interno, provocando a reação de preços.
A expectativa do governo federal, no entanto, é que o preço caia agora em janeiro. Levantamento do Ministério da Agricultura aponta queda de 15% no valor da arroba do boi gordo em dezembro, o que tende a ser repassado para o restante da cadeia econômica do setor, conforme os estoques forem renovados. Os supermercados acham, no entanto, que não voltará ao patamar anterior ao ciclo de alta registrado no último trimestre de 2019.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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