
A economia do Rio Grande do Sul voltou a crescer em maio, após uma queda no mês anterior. Termômetro importante, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central apontou um avanço de 0,3% no Estado sobre abril, já feito o ajuste sazonal. Considerando os dados divulgados pelo IBGE, houve influência do crescimento das vendas do chamado "varejo ampliado", que considera lojas de veículos e materiais de construção.
O dado veio abaixo da média nacional, onde o IBC-Br apontou avanço de 0,53% no mês. No entanto, nas demais comparações, o Rio Grande do Sul segue com desempenho melhor que a média.
Tanto que, no acumulado de 2019, o Rio Grande do Sul segue com o maior avanço entre os 13 Estados pesquisados pela autoridade monetária. A economia gaúcha cresceu 4% considerando o período de janeiro a maio. Na média nacional, a alta é de apenas 0,9%.
Nesta comparação, há forte influência do desempenho industrial. As fábricas do Rio Grande do Sul ampliaram a produção em 8,9% no período, desempenho só ultrapassado pelo Paraná (+10,4%), segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. O maior avanço é na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. Atenção, no entanto, para o impacto que a crise na Argentina está gerando no setor.
Economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Oscar Frank pondera:
— O IBC é apenas um termômetro da atividade econômica e não pode ser confundido com o PIB, apurado de forma completamente distinta. A análise comparada entre ambos requer cuidado, especialmente em prazos mais curtos. Quando analisamos outros indicadores, como o mercado de trabalho e o crédito, vemos que o Rio Grande do Sul está com dificuldades para acelerar o processo de retomada no pós-crise — detalha o economista da CDL POA.