Depois de três anos amargando extinção de empregos formais, o Rio Grande do Sul comemorou, claro, o saldo positivo de vagas em 2018. Foram 20.249 contratações a mais do que demissões.
Economista-chefe da CDL, Oscar Frank analisou os dados por idade e por nível de ensino. A informação que mais chamou a atenção da coluna Acerto de Contas na tabela é que apenas faixas etárias até 29 anos tiveram saldo positivo:
Até 17 anos: +20.081
De 18 a 24 anos: +47.998
De 25 a 29 anos: +1.274
Acima de 30 anos, todas as faixas etárias perderam postos de trabalho com carteira assinada. Em especial, pessoas de 50 a 64 anos.
De 30 a 39 anos: -10.125
De 40 a 49 anos: -8.355
De 50 a 64 anos: -25.708
65 anos ou mais: -4.916
Já quando considerado o nível de ensino, a geração de empregos em 2018 se concentrou em quem tem ensino médio:
Analfabeto +40
Até 5ª ano do Fundamental -719
5ª ano completo do Fundamenal -1.955
6º a 9º ano do Fundamental -3.433
Fundamental completo -5.673
Médio incompleto +4.992
Médio completo +17.367
Superior incompleto +4.697
Superior completo +4.933
O economista observa que as demissões se concentraram nos trabalhadores mais caros. Oscar Frank ressalta a economia gaúcha deve sentir o impacto dessas transformações na forma de uma redução da produtividade a curto e médio prazos.
— Uma parte considerável dos empregos que deixaram de existir tinham, como característica, maior capacidade de agregação de valor para as firmas. Por outro lado, os jovens recém-contratados, inclusive aqueles com maior escolaridade, levarão tempo até se tornarem mais eficientes. Lembrando que, quanto mais baixa a qualificação, menor é a capacidade de execução de tarefas mais complexas em menor tempo e com maior grau de assertividade - conclui o economista da CDL.