
Mais uma cidade recusou os Jogos Olímpicos. Neste domingo foi a vez de Innsbruck, na Áustria. A prefeitura fez uma consulta aos moradores e 53% dos votos foram contrários a apresentação de candidatura como sede da Olimpíada de Inverno de 2026, repetindo o que havia acontecido em Estocolmo (Suécia), Lviv (Ucrânia), Oslo (Noruega) e Cracóvia (Polônia), onde a população também foi consultada sobre o processo de tentativa de receber a competição e a maioria votou “não”. Com os Jogos Olímpicos de Verão, que é o evento mais conhecido, ocorreu algo semelhante. Os habitantes de Boston (EUA) e Hamburgo (Alemanha) rejeitaram a possibilidade de candidatura. Assim, o COI (Comitê Olímpico Internacional) se apressou e confirmou Paris e Los Angeles (as cidades que sobraram) como sedes de 2024 e 2028.
Ao que parece, depois do que aconteceu no Brasil na Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016, o encanto de ser o anfitrião de grandes eventos acabou. O custo elevado da organização se transformou em uma dor de cabeça para os políticos, que estão preferindo dividir a responsabilidade, ouvindo a opinião dos moradores. O resultado disso é que a partir de agora vamos ver um novo jeito de fazer as competições. Não há mais espaço para gastos exorbitantes. O COI já alterou sua lista de exigências e está apostando na gestão sustentável dos Jogos Olímpicos, tentando torná-lo mais barato.
Claro que no caso da Copa ainda vamos ver dinheiro sendo torrado com os elefantes brancos do Mundial de 2022 no Catar. Mas este é um caso diferente, pois a escolha foi feita ainda em 2010, em uma nebulosa votação, que até hoje está sendo investigada, dentro do corrupto Comitê Executivo da FIFA. Depois disso, até o processo de escolha mudou. De 2026 em diante, teremos uma nova Copa, quase sempre com três países anfitriões e custos diluídos. Essa de 2026 terá o anúncio do escolhido em 2020, e a candidatura tripla de EUA, México e Canadá desponta como favorita. Para 2030, a ideia inicial é ter oito estádios na Argentina, de dois a três no Uruguai e mais dois ou três no Paraguai. Para efeito de comparação, só no Brasil foram doze arenas em 2014. Definitivamente acabou a paciência de quem paga a conta (no caso a população) dos grandes eventos. E os organizadores e políticos finalmente estão se dando conta disso.