O príncipe não estava nada bem. Teria sido a água salobra de Santos ou algum prato condimentado na noite anterior? Não se sabe – nem ele o sabia. O fato é que uma diarreia o atacara, e a árdua cavalgada pelas curvas da estrada de Santos até o platô de São Paulo em nada contribuíra para a recuperação do combalido ventre principesco. Assim, quando o correio real Paulo Bregaro, que havia partido feito raio do Rio de Janeiro em direção a Santos, chegou às margens do Riacho Ipiranga com um maço de cartas urgentes para Dom Pedro, ele logo avistou os membros da guarda de honra parados numa colina. Dom Pedro estava à beira do córrego, "quebrando o corpo" – de calças arriadas, "a responder a mais um chamado da natureza". O oitavo daquele dia.
Dependência e morte
Que símbolo poderia afeiçoar-se mais ao Brasil do que um esgoto a céu aberto?
Dom Pedro ajudou a deixar o riacho tão pútrido, fétido, viscoso e nojento quanto ele está, correndo hoje às margens plásticas