E então, é Natal – também nos Emirados Árabes. Há árvores repletas de enfeites e luzinhas brotando do mármore, grandes o bastante para fazer sombra às equivalentes plantadas em shoppings classe A do Rio ou São Paulo. Há um “mercado natalino suíço” com chalés alpinos, vendendo artesanato da época, à espera de uma nevasca impossível – e ela caiu, na forma do matelacê que agora recobre o telhado inclinado, sob o céu que nos protege; the sheltering sky... Há uma Mamãe Noel circulando de minissaia no país onde as mulheres se cobrem de negras burcas. E há um Papai Noel solitário badalando sua sineta, estático sob o sol que arde, envolto pela poeira em um mais um canteiro de obras onde outro naco de deserto está prestes a se transformar em um novo prédio de vidro e aço.
em busca do mundial
Um Papai Azul no deserto dos Emirados Árabes
Talvez seja uma boa ocasião para resgatar, entre tantas outras coisas, a cor original do Papai Noel
Eduardo Bueno