
A menos que tenha mudado muito, o gramado do Estádio Germano Kruger, onde o Grêmio visita o Operário-PR pela Copa do Brasil, é duro e irregular. Será um embate físico. Na Série B, o Tricolor de Roger Machado aceitou as circunstâncias e fez um jogo de enfrentamento, sem muita preocupação com longas trocas de passes. Ganhou de 1 a 0, mas foi uma encrenca danada, com rispidez e muita bola aérea. No segundo turno, na Arena, foi um passeio: 5 a 1, talvez a melhor atuação gremista na Segundona.
O roteiro tem de ser esse mesmo: no mínimo, não sair de Ponta Grossa no prejuízo. O Operário-PR vem animado pela boa largada na Série B, com vitórias sobre Avaí e Ituano. Não levou gols em Floripa e Itu. O técnico Rafael Guanaes convocou a torcida.
O clube nunca chegou tão longe na Copa do Brasil. Alguém me chamará de lunático, mas talvez seja jogo para nomes como Galdino: mais força, menos leveza. Soteldo pode até me desmentir, mas é partida para Gustavo Nunes. Que, além do drible, aguenta o tranco. O confronto tem de ser pensado com pragmatismo diante do contexto em que está inserido.
Os jogadores ex-Dupla Gre-Nal que jogam no Operário
Há um carimbo ex-Gre-Nal no elenco do Operário-PR. Em 2017, Marcelo Cirino foi trazido a peso de ouro pelo Inter. Estava no Flamengo, mas com direitos ainda ligados ao Athletico-PR. Veio para ser um dos centros do time. Fracassou. Está com 32 anos. Outro ex-Inter é Rodrigo Lindoso, 34.
Do Grêmio, ex-promessas que não vingaram. Um deles é o meia Felipe Tontini, 28 anos. Outro é Pedro Lucas, campeão mundial sub-17. O Grêmio sonhou achar nele um armador. Aos 21 anos, no Operário-PR, mal tem jogado. Por fim, o atacante Gui Azevedo, 22.
As armadilhas contra o Grêmio na Copa do Brasil
Vale lembrar o caminhão de dinheiro que a Copa do Brasil oferece. O Operário já faturou R$ 5 milhões. Se for às oitavas, mais R$ 3,4 milhões, mesmo valor que o Grêmio receberá. No caso dos times do Interior, há outro elemento. As equipes jogam como se fossem tirar o pai da forca. Por uma razão. Uma passagem de fase, via bicho extra, pode significar aquela entrada no carro ou no apartamento que, com o salário, jamais viria.
Há relatos de ajuda aos pais. É algo forte, capaz de dar um combustível impressionante. São as armadilhas da Copa do Brasil.