Dizia-se que o Inter não poderia jogar mal duas vezes, uma vez que já tinha sido péssimo no empate em 0 a 0 do Alfredo Jaconi. Jogou ainda pior. Falava-se, também, que o Juventude de Roger Machado não repetiria a partida da vida feito em Caxias do Sul. Foi ainda melhor.
Alguns crucificarão Robert Renan e sua cavadinha inaceitável nos pênaltis, passível de rescisão contratual, mas a verdade é que o Inter jamais poderia, com o elenco que tem, deixar a vaga na final ser decidida nos pênaltis. O Grêmio está perto do hepta gaúcho, e parte da culpa é colorada. Segue o drama dos últimos anos, fraquejando e se encolhendo no momento decisivo. Quem lembrar que os titulares saem do Gauchão invictos tem de ser internado. O que se viu ontem foi uma derrota total.
Apático, perdendo divididas, com os de sempre se encolhendo, como Wanderson, travou. Teve medo diante da responsabilidade. Na hora da decisão, o Inter de Coudet travou músculos e mentes. O que não deslustra o mérito do Juventude. Roger fez o mesmo que no Jaconi. E olha que avisou a repetição da dose. Marcou Alan Patrick e Aránguiz, por onde nasce a transição colorada. Agrupou-se.
O Juventude parecia ter 20 em campo. O Inter, no máximo oito. Melhorou no intervalo, com Valencia no lugar de Bruno Henrique, recuando Alan Patrick. Empatou e perdeu a chance da virada, após sair atrás em um primeiro tempo assustado. Mas aí Maurício foi expulso de forma infantil e pôs tudo a perder. Vai ser duro se reerguer desse tombo, pela maneira como se deu.
O Inter passa ao seu torcedor a sensação de que não sabe mais vencer. O que pode ser pior do que isso?