Sem passar perrengue, sem sofrimento, a Holanda eliminou com facilidade os EUA por 3 a 1 e está nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar. Sem alarde, a equipe de Louis Van Gaal faz uma campanha eficiente, longe do brilho a ela associada, usando o que tem na mão em termos de características.
Os EUA não fizeram feio, mas falta aos americanos a estrela, um fora de série que mude se patamar a Major League Soccer. Weah ainda não é esse jogador. Mas tem tudo para melhorar até a Copa em casa, em 2026.
Esqueçam aquela seleção holandesa com o DNA da Laranja Mecânica dos anos 1970, sempre no nosso imaginário em qualquer Copa. Dessa vez, o time de Louis Van Gaal até desafia a cultura ofensiva de seu país. Ele avisou antes que pretendia formar um time mais protegido, sem "vergonha" de trabalhar bola aérea e contra-ataque.
Teve menos posse de bola e menos finalizações, mas venceu por 3 a 1 sem problemas. Joga no 3-5-2, e não com três atacantes, algo que seria crime de lesa-pátria no passado. As estrelas são o atacante Depay e o meio-campista De Woong, do Barcelona, que joga como volante mas cria bastante. Nada nem parecido a Cruyff, Neeskens, Kluivert, Sneidjer, Van Basten, Gullit e por aí vai. Eles são bons, mas bem menos. Por isso Van Gaal abraçou essa ideia mais operária.
Uma nova Holanda, sem dúvida. As outras, ofensivas e de brilho, com muitos craques, nunca foram campeãs. Será que essa, tão diferente se suas origens, pode surpreender? Não creio, mas a Nova Holanda está chega de sem sobressaltos.