
Luan foi para o Corinthians, e o Grêmio terá o ressarcimento que não haveria caso ele fosse embora ao fim do contrato. A novela termina longe do desfecho ideal para um ídolo de sua envergadura. Luan tem uma vida na Arena. Depois daqueles 2016 e 2017 fantásticos, todos o viam na Europa, com o Grêmio faturando em euros. Nada disso aconteceu. Seu futebol foi minguando até tornar-se esquálido. Jean Pyerre o atropelou, condenando-o à reserva.
O Corinthians - se pagar mesmo os RS 20 milhões por 50% dos direitos - caiu do céu diante das circunstâncias. A quitação de Juninho Capixaba veio de lambuja. O comunicado oficial sobre a venda deixa claro: Luan forçou a barra para ir embora. Não havia o que fazer.
O Grêmio se aborreceu com o comportamento, e isso está nas entrelinhas do texto. Na oficialidade das redes sociais, claro que tudo são rosas. Anos atrás, antes da fase de títulos, o clube jamais desistiu dele.
Quando as oscilações fizeram a torcida atirar (injustamente) pipocas em sua direção, o Grêmio o protegeu. Romildo Bolzan sempre o defendeu do sumiço recente. Renato lhe deu inúmeras chances de voltar a ser aquele grande jogador. Aquela ida a Itaquera, no jogo beneficente de Sheik, após longa inatividade por lesão, quando o negócio ainda não tinha sido fechado, foi uma pressão final de Luan. Alguém ainda tem dúvida?
Enfim: olhando para os dos últimos anos, de salário alto, pouca bola e muitas lesões, mais o contrato expirando, foi um bom negócio. Não fazia sentido esperar eternamente o Rei da América voltar. Melhor virar a página de uma vez e gastar o dinheiro com alguém mais engajado. Só ficará estranho se Luan abrir 2020 voando no Corinthians, após quase dois anos de apatia em Porto Alegre.
GOLAÇO - A troca de Madson por Victor Ferraz é ótima para o Grêmio. Não sei onde o Santos estava com a cabeça. O Grêmio se desfaz de um reserva medíocre, aqui e no Athletico-PR, e ganha um titular e capitão do vice-campeão brasileiro. E que ainda se encaixa no estilo de bola no chão. Até difícil de acreditar. Pode não dar certo, por motivos variados. Não há como saber. Mas, antes de a bola rolar, é um golaço.