Todos nós sabíamos que ele é celebridade em seu país de origem. Mas a cena de Paolo Guerrero desembarcando em casa, com aparato de segurança dispensado a reis e chefes de Estado, impedido de caminhar no aeroporto, cercado por centenas de torcedores com seus celulares erguidos, de lanterna acesa, foi mesmo impressionante.
Isso sem falar no exército de jornalistas e fotógrafos, como se todos os veículos de imprensa do Peru lá estivessem. Se concorrer a presidente, tem chance. Parecia um imperador inca reencarnado. Ou o Messias chegando para guiar o povo hebreu até a terra prometida, por entre o Mar Vermelho. O que, com óbvia licença poética cromática, por assim dizer, faz algum sentido.
Guerrero, que hoje enfrenta o Alianza Lima como grande personagem de um Inter já classificado às oitavas, com Sarrafiore no lugar de Pottker, quem sabe o camisa 9 de um novo Inter em gestação, mais criativo e capaz de municiá-lo melhor, é um holofote continental fantástico.
A foto dele com a camiseta do Inter, de volta ao berço, correu o mundo. O marketing pode faturar alto se souber trabalhar esse carisma todo, no Brasil vitaminado pelas passagens por Corinthians (gol do Mundial de Clubes, contra o Chelsea) e Flamengo.
Não dá para ficar só nas surradas campanhas de sócios. A cada viagem fora do Brasil, é preciso pensar algo específico. Melhor reforço de marca após um período afastado da Libertadores, impossível.
