A agitada segunda-feira (23) teve um desfecho ruim para o Grêmio. Depois de esperar pela confirmação do técnico Pedro Caixinha, a diretoria tricolor, cansada do silêncio do treinador, desistiu do negócio e ainda viu, horas depois, o Santos anunciá-lo como novo técnico. Todos sabiam do negócio entre Grêmio e Caixinha e todos tinham conhecimento de que o Santos também procurava um treinador. E aí a pergunta. Afinal, quem errou?
Os gremistas se sentiram constrangidos com o fracasso do negócio e culparam a diretoria. Pediram maior agilidade e mais definição na hora do acerto, mas o clube tem as suas limitações financeiras e precisa seguir duramente esse limite. O Grêmio conversou abertamente com um profissional e, em nenhum momento, imaginou um jogo duplo. Os dirigentes não podem ser condenados por terem acreditado na palavra de alguém. E o Tricolor nada mais fez do que acreditar no que estava sendo dito na mesa de negociação.
O Santos, por sua vez, se sentiu vitorioso neste desfecho. Negociou e acertou com o treinador. Na coletiva, o CEO do clube ainda disse que o assunto não era dinheiro, e sim o projeto esportivo do clube que teria convencido Caixinha a ir para o litoral paulista. Podemos questionar o teor deste projeto, mas precisamos admitir que o Santos não cometeu nenhum deslize de caráter ou ético.
Já com relação ao treinador, o assunto muda de forma. A maneira sorrateira como agiu o estafe do profissional não pode ser respeitada ou tratada como normal. Mesmo no ferrenho mundo dos negócios do esporte, mentir descaradamente e utilizar instituições centenárias em um leilão simplório não se pode admitir.
As figuras de Pedro Caixinha e do seu estafe precisam entrar na galeria daqueles profissionais que diminuem a imagem do futebol. Um esporte que luta por credibilidade e busca respeito nas suas ações teve, na dura segunda-feira dos gremistas, mais um capítulo triste e que empresta argumento para os que dizem que o futebol é um ambiente baixo, sem nenhuma ética ou respeito.
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