Ando quebrando a cabeça para fazer um texto sobre a reconstrução do Rio Grande do Sul. E não tem sido fácil. Na estrutura do texto, penso, inicialmente, em uma ponte em construção. A imagem indica, por óbvio, novos encontros, e esse é um dos pontos principais desse momento. Acreditar em união de pontos como o início da retomada remete à participação coletiva e à conexão com a solidariedade.
Eu comecei o texto com o seguinte título: "As pontes têm muitos corações".
Uma ponte está além da sua definição. Unir pontos é o que conseguimos olhar, mas a sua razão começa, invariavelmente, com o coração. A grande enchente carregou, sonhos, memórias e separou os seus encontros. Em mim, as águas silenciaram as palavras e encheram as noites de solidão e falta de esperança.
As pontes, naqueles duros dias, foram caindo uma a uma, como se estivessem alertando por despedidas. O Rio Grande, no entanto, reagiu, entendendo a necessidade de lutar pelos seus propósitos. Olhando para cima, os gaúchos encontraram nas estrelas o seu novo caminho. A solidariedade foi chegando do céu, do ar, da terra, e fez renascer a força de um povo.
E foi exatamente nesta figura que tudo fez sentido. Aquela nova ponte nascia, obrigatoriamente, da união das pessoas. A reconstrução só se torna realidade quando os corações se unem e os gaúchos, então, se mostraram, firmemente, prontos para a retomada.
Sobre o texto, parei de persegui-lo. Entendi que as pontes nascem do amor de muitos corações, e eles trabalham em silêncio. O coração de um gaúcho gosta mesmo é de sentir a sua terra, encontrar os seus amores e viver com muito orgulho em todos os seus espaços, e as pontes serão reconstruídas exatamente para isso.
Pra cima, Rio Grande! A bandeira lançada pelo Grupo RBS é mais uma ponte que nasce da união pela reconstrução do nosso Estado!