Um ambiente saudável é o que define a produtividade de uma equipe. Isso serve para o mundo corporativo tradicional e se aplica fortemente em um vestiário de futebol. Esse conceito, no entanto, se conhece por meio dos fatos, e eles falam por si.
O futebol, por ser feito sob pressão, pede ainda mais tranquilidade e solidez nas conduções e nas tomadas de decisão. Não é fácil gerir tantas pessoas diferentes, ganhando salários por vezes discrepantes e que sempre precisam olhar para o mesmo lugar. O resultado esportivo é coletivo, mas os interesses individuais, por vezes, não são. E é exatamente essa química que quebra a performance. Buscar o senso comum é a luta diária de quem administra um vestiário.
Neste Campeonato Brasileiro, podemos analisar o trabalho de muitos jogadores que passaram pelo Grêmio e saíram do clube sem deixar saudades. A análise, por óbvio, cria um questionamento sobre os motivos destas diferenças, sobretudo quando replicada em clubes muito diferentes pelo Brasil afora. Este assunto intriga a torcida e alimenta discussões importantes entre gremistas.
Léo Jardim, do Vasco; Juninho Capixaba, do Bragantino; Guilherme, do Fortaleza; Lucas Silva, do Cruzeiro; Lima, do Fluminense; e Luciano, do São Paulo, são apenas alguns dos nomes de jogadores que deixaram o Grêmio pela porta dos fundos e têm boas performances nos seus clubes atuais. O curioso é que, por motivos diferentes, nenhum se firmou por aqui.
Em outros tempos, essa lógica era inversa. Maicon, por exemplo, deixou o São Paulo sob vaias para brilhar em Porto Alegre. Jardel e Paulo Nunes, nos anos 1990, brilharam por aqui advindos do Rio de Janeiro completamente sem destaque.
O fato, diante de tudo, precisa ser analisado e discutido pelo Grêmio. O seu ambiente atual está hostil e perverso a muitos atletas, e é preciso saber por quê. Um ambiente sadio surge como peça fundamental para o sucesso de um trabalho e isso merece ser entendido.
O Grêmio precisa se reencontrar. Seguir brigando, criticando e agredindo não está levando o clube a lugar algum. A tranquilidade é um passo, mesmo longo, que precisa ser alcançado urgentemente pelo Tricolor.