A derrota do Grêmio para o Athletico-PR por 2 a 1, na noite de quarta-feira (18), na Arena, é muito mais complexa do que simplesmente um jogo infeliz do Tricolor. As dificuldades do campo e as entrevistas desencontradas, feitas antes e depois da partida, revelam um ambiente muito diferente do que aquele que víamos no início do ano no clube.
Quando o resultado não vem, o ambiente tende a ficar tenso. Uma série de resultados ruins, por óbvio, aumentam a intensidade das críticas, e é isto que o Grêmio está vivendo atualmente. Os jogos contra Fortaleza, Internacional e Athletico parecem ter criado uma crise no Tricolor. Mesmo com o time se mantendo em uma boa posição na tabela, o torcedor se mostrou preocupado com o risco do clube ficar fora da Libertadores do próximo ano. As vaias, ao final da partida contra o Furacão, são indícios definitivos deste descontentamento.
O time de Renato mostrou carências importantes. Atletas fora de forma, time com dificuldades coletivas, jogadores tecnicamente abaixo do razoável são apenas algumas das fragilidades apresentadas na noite da Arena. E a falta de sintonia da entrevista coletiva do treinador com a realidade ampliou a preocupação da torcida. Todos que foram ao estádio viram os problemas do Grêmio, mas o técnico preferiu justificar com situações externas ao campo a péssima atuação do Tricolor.
O Grêmio precisa entender que vive o seu pior momento neste ano, e a única forma de sair desta dificuldade é aceitando que os problemas existem. Ficar terceirizando culpa não levará o clube a lugar algum. A hora é de trabalhar forte, olhando para dentro, entendendo que pode mais. E quem não quiser se enquadrar ao trabalho, que deixe o Grêmio.
A sonhada vaga na Libertadores 2024 passa pela humildade e o diagnóstico perfeito dos problemas. O Grêmio pode, mas precisa aceitar que a dificuldade atual está exatamente no trabalho desenvolvido internamente.