A vitória, de virada, do Grêmio sobre o Flamengo precisa ser muito festejada pelos gremistas. O grande protagonista da noite, mais uma vez, foi o técnico Renato Portaluppi, que assinou uma série de capítulos em um jogo que teve muito mais do que 90 minutos. A noite apresentou um pouco de todos os “Renatos” que conhecemos.
No pré-jogo, Renato fez suspense e preferiu um time mais reativo. Colocou três zagueiros, fechou os lados com Besozzi e Galdino e abdicou de atacar. Um Grêmio desentrosado viu o Flamengo, muito superior, ser dono do jogo. Controlou a partida e mostrou estar em um (ou mais) estágio acima do time gaúcho. O gol do primeiro tempo foi dos cariocas, em uma jogada individual do Everton Cebolinha.
No intervalo, Renato ressurgiu. Colocou Ferreira. E aqui um grande elogio ao treinador. Somente Renato entendeu como pode usar esse jogador. Ferreira não é (e nunca será) protagonista do Grêmio. O habilidoso extrema precisa entrar na segunda etapa, exatamente como neste jogo contra o Flamengo. Além de Ferreira, Renato foi ousado e abriu o time. Colocou André Henrique e Nathan Fernandes, e virou a partida com gols dos jogadores que entraram. Renato deixou o gramado assinando a vitória de virada.
A noite da Arena, no entanto, não terminou no apito do árbitro. Na coletiva de imprensa, Renato apresentou mais características da sua forma de conduzir. Primeiro, elogiou o grupo. Depois, ameaçou os críticos, e, para completar, ainda disse que não respeita os pedidos dos fisiologistas para diminuir a carga de trabalho e de jogos de alguns jogadores. O treinador, na vitória, buscou assuntos que já haviam saído da pauta, como a crítica às folgas, por exemplo.
Na noite épica do Grêmio contra o Flamengo, Renato esteve em todos os momentos, positivos e negativos, e virou o grande protagonista da partida. E a torcida, além de comemorar muito a vitória, dividiu-se quanto a postura e os processos de Renato, e está na hora de pensar cada vez mais sobre isso.