A semana que passou marcou o fechamento da janela de transferências para os grandes mercados da Europa. Mais uma vez, apesar das muitas especulações, o Grêmio não efetuou nenhuma venda que pudesse trazer tranquilidade aos cofres do clube.
O Grêmio completa, com essa, três janelas sem nenhum tipo de movimento importante. A última grande venda foi em janeiro de 2022. O lateral Vanderson, depois de uma temporada de destaque, foi vendido para o Mônaco por 11 milhões de euros. Naquele momento, mesmo já começando um ano de Segunda Divisão, o Tricolor não enfrentava dificuldades financeiras em razão dos negócios realizados, sobretudo com atletas da base, em anos anteriores.
E esse é o ponto chave de uma lógica que o Grêmio precisa romper com urgência. A conta é simples. De agosto de 2022 para cá, em cada uma das janelas, o clube buscou o sistema financeiro para cumprir seus compromissos. Mesmo entendendo que a Segunda Divisão quebrou receitas importantes, o fato é que a venda de jogadores representa um ponto fundamental no modelo de negócios da instituição.
Neste momento, parte do projeto do Tricolor precisa se voltar à utilização e visibilidade de jogadores que possam fazer o clube voltar a vender com urgência. Mais tempo sem essa receita pode transformar a situação em algo muito difícil de solucionar.
Reclamar da situação financeira não pode ser uma desculpa. As dificuldades de hoje precisam ser tratadas como combustível para uma mudança total no rumo do clube. Na última janela, o Grêmio contratou jogadores que, além de não serem solução, travam possíveis talentos que a base pode produzir. Renato tentou utilizar jogadores da base neste primeiro semestre, mas não se constatou nada que pudesse quebrar essa lógica.
Chegou a hora de mudar. Olhar para base, definir os talentos e criar uma política definitiva de utilização no time principal. O Grêmio precisa mais do que nunca voltar as suas raízes. Procurar na base a salvação para o seu futuro.