
A Viagem, exibida originalmente em 1994 na Globo, está de volta no Vale a Pena Ver de Novo a partir de maio, substituindo Tieta (1989). A novela, escrita por Ivani Ribeiro (1922 — 1995) e com direção geral de Wolf Maya, tem a vida após a morte como tema central.
A história mora no coração dos noveleiros, não à toa, já foi reprisada duas vezes na Globo, em 1997 e 2006. No Canal Viva, foram três exibições, em 2014, 2020 e 2024. Em especial, um personagem faz sucesso até hoje: o vilão Alexandre, interpretado por Guilherme Fontes
A trama
Remake do folhetim homônima exibido pela TV Tupi nos anos 1970, também sob autoria de Ivani, a história gira em torno de Alexandre (Guilherme Fontes), um rapaz rico e problemático que, após a morte, ainda trilha uma longa jornada. Sua alma se dedica a tentar prejudicar a vida do irmão Raul (Miguel Falabella), do cunhado Téo (Maurício Mattar) e do criminalista Otávio (Antonio Fagundes), que julga serem os responsáveis por seus infortúnios. Sua revolta aumenta quando vê que Diná (Christiane Torloni), sua irmã mais velha e maior defensora, está apaixonada pelo advogado. Diná, que inicialmente culpa Otávio pela morte do irmão, descobre nele um amor de muitas vidas e a possibilidade de uma relação tranquila, diferente de seu conturbado casamento com Téo.
Sucesso até hoje
Sempre lembrado pelo papel em A Viagem, Guilherme conta que ainda é abordado nas ruas pelos fãs de Alexandre.
— Um ator luta muito para que seu trabalho tenha sucesso e, se por acaso atravessar as fronteiras do tempo, é uma dádiva. Ver seu trabalho se transformar em um clássico não tem preço. Não há um só dia nesses 30 anos, desde a exibição original, que eu não seja elogiado nas ruas por esse papel. Quando acho que vou passar despercebido, aparece um fã que grita "Alexandre" ou me aborda para falar do personagem. Tanto é assim que ele virou meme e figurinha, e isso é o ápice da popularidade. Um personagem transmídia. Se contar, de 10 em 10 anos, estamos falando de três gerações de fãs. É incrível — comemora o ator, que completa:
— Essa novela foi um desafio que agarrei com muita paixão e segurança. Havia um karma em torno do espírito obsessor, mas jamais levei meu personagem para fora do estúdio. E mesmo sendo vilão, consegui que ele ficasse com o público ao seu lado, torcendo para que aquele espírito “elevasse”. Eu credito este sucesso à qualidade do texto de Ivani Ribeiro e Solange Castro Neves, além da direção de Wolf Maya e um elenco de primeira grandeza. Elementos que, bem misturados, resultam nisso, um sucesso total.
A Viagem não fez sucesso só no Brasil: foi exibida em Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Rússia, Uruguai e Venezuela, entre outros países.