Ironicamente, o país-sede da Conferência das Partes da Convenção-Quadro Para Controle do Tabaco (COP8) e da própria Organização Mundial da Saúde, a Suíça não ratificou a Convenção-Quadro para Controle do Fumo (Framework Convention on Tobacco Control - FCTC). O país assinou a FCTC em 2004, mas não a homologou, por não concordar, por exemplo, com as regras de publicidade e patrocínio. Atualmente, a Convenção-Quadro tem 181 países, sendo 168 signatários.
A posição é "mais uma vergonha do que um problema", disse a chefe do secretariado da Convenção-Quadro da OMS, Vera Luiza da Costa e Silva, em entrevista a repórteres no dia 21 de setembro na sede da OMS, em Genebra. Ela ressaltou que o acordo é sobre "proteger a saúde pública da população",
Vera considera que não há vontade política suficiente na Suíça para aplicar todas as medidas do tratado diante da indústria do tabaco presente no país, segundo o site de notícias Swissinfo. Atualmente, o país abriga a sede da Philip Morris, da British American Tobacco e da Japan Tobacco International.
Em 2016, o ex-ministro da Saúde e atual presidente suíço, Alain Berset, defendeu projeto para proibir anúncios de tabaco em locais públicos, jornais, cinemas e na internet, mas a proposta foi rejeitada pelo parlamento. A posição suíça é resultado da falta consenso entre os defensores da saúde e os do livre comércio.
Segundo relatório de junho de 2018, da OMS, cerca de 20% da população suíça é fumante, o dobro da proporção no Brasil, que é de 10%, A Organização credita parte desse resultado às políticas locais de restrição. As leis suíças são mais brandas, no Brasil, por exemplo, a publicidade é proibida.