Hoje massificado, o uso da transgenia no Brasil nunca esteve dissociado de polêmica. Presente em 93,2% das lavouras do grão no país, a biotecnologia entrou de forma ilegal no Brasil, via contrabando da Argentina. Demorou anos até receber autorização para o cultivo comercial, em 2003.
Pioneira no desenvolvimento da tecnologia com a Roundup Ready (RR1), a multinacional Monsanto sempre foi a personificação do embate travado desde a chegada da transgenia. Disposta a mudar a imagem, criou a campanha
Na Mesa Com a Monsanto.
- Subestimamos o desafio de comunicação. É uma empresa que trabalha com agricultores. De repente, nos vimos obrigados a dialogar com
200 milhões de pessoas - diz Rodrigo Santos, 41 anos, presidente da Monsanto
do Brasil.
No ano fiscal de 2014, a multinacional faturou US$ 1,77 bilhão no Brasil, 15% a mais do que no período anterior. Confira trechos da entrevista de Santos a ZH.
A Monsanto sempre ficou marcada pela questão dos transgênicos. Na avaliação de vocês essa imagem negativa que se criou na chegada da biotecnologia permanece?
Fizemos pesquisas agora e nossa percepção é que quanto mais próximo, quem mais conhece a Monsanto, tem avaliação positiva. Evidente, quanto menos conhece, menos informação tem. Mas quando você pergunta sobre Monsanto, biotecnologia, a grande maioria do Brasil não conhece, é neutra. Não são contrárias, mas também não conhecem tanto. Um dos trabalhos que vamos fazer é comunicar mais, dividir essa informação. Já tem mais de 20 anos de tecnologia no mercado, nunca teve nenhum incidente com a biotecnologia. Todos os órgãos globais aprovaram o uso, centenas de milhares de estudos confirmaram isso na base científica. Você tem hoje possibilidade de comunicar com muita consistência sobre isso. Acho que há três desafios.
O do agronegócio como um todo é se comunicar mais com a sociedade. O da Monsanto falar com toda a sociedade. O terceiro, falar sobre biotecnologia, que é um assunto técnico, científico. Ainda existe muita desinformação.
Entrevista
Presidente da Monsanto fala sobre a cobrança de royalties da soja
Rodrigo Santos afirma que uma das metas da multinacional é investir mais na comunicação direta com a sociedade
Gisele Loeblein
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