O governo do Estado irá retirar hoje da Assembleia Legislativa o projeto de lei que prevê a identificação bovina obrigatória no Rio Grande do Sul. Conforme o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, a decisão deu-se em razão da falta de consenso dos criadores em torno da obrigatoriedade da medida.
- Resolvemos retirar o projeto para amadurecer o debate. Na marra, não funciona - disse Mainardi, durante lançamento da Farm Show 2013, em Porto Alegre.
O argumento do governo é de que tal mecanismo, adotado pelos vizinhos catarinenses e pelos uruguaios, permitiria maior controle do rebanho, evitando abigeato e os abates ilegais - que representam hoje 20% do total. Porém, entidades que representam a pecuária de leite e de corte alegam que a obrigatoriedade fere a legislação federal, que prevê adesão voluntária.
- Nos termos em que o projeto foi apresentado somos contrários. Precisamos de um programa que vá além da simples identificação dos animais com um brinco. Não se combate abigeato dessa forma - disse Francisco Shardong, um dos diretores da Federação da Agricultura no Estado (Farsul).
Durante lançamento da Farm Show 2013, exposição agropecuária de Dom Pedrito que ocorre de 23 a 27 de outubro, o presidente do Sindicato Rural do município, José Roberto Weber, manifestou apoio a identificação bovina:
- Temos que agregar valor à nossa carne e a identificação vem ao encontro desse objetivo. Se queremos atingir um nicho de mercado, temos que seguir quem está na ponta - disse Weber.
Com a retirada do projeto, o governo terá de reformular uma nova proposta a ser encaminhada ao Legislativo. Conforme o secretário Mainardi, é possível fazer isso ainda neste ano, porém não têm previsão de data.