Nove meses após a enchente de maio do ano passado atingir Porto Alegre, ainda é possível perceber o banco de areia próximo à Ilha das Balseiras, no Guaíba. Registros feitos nesta quinta-feira (6) pelo repórter fotográfico de Zero Hora, Ronaldo Bernardi, mostram a "nova ilha" da Capital, que foi formada após a movimentação de sedimentos na cheia de 2024. A estiagem que atinge o RS no início deste ano volta a destacar os bancos de areia.
De acordo com o engenheiro civil, doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rodrigo Paiva, é possível perceber que, em diferentes momentos, se o Guaíba está mais vazio, esses bancos ficam mais expostos:
— É um fenômeno natural. Essas ilhas, na região do delta do Jacuí, na região do Guaíba, são formadas pelo transporte de sedimentos que vêm do Jacuí e se depositam nessa região, que tem uma menor declividade, uma menor velocidade.
Nesta quinta-feira pela tarde, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) da Agência Nacional de Águas (ANA), o nível do Guaíba é de 1m23cm. Menos de uma semana atrás, no dia 1º de fevereiro, chegou a medir 1m52cm.
— O que a gente está observando agora, nessas últimas semanas, é um outro processo. À medida que o nível do Guaíba está mais baixo, devido à estiagem, expõe esses bancos de areia e dá a impressão que eles são maiores.
Ainda conforme o especialista, pessoas que navegam em embarcações de pequeno porte nesta região precisam ter um pouco mais de atenção para evitar acidentes, pois, devido ao acúmulo de areia, "o fundo do Guaíba vai estar diferente do que as pessoas estavam acostumadas em anos anteriores".