As imagens de um felino que as autoridades acreditam se tratar de um puma foram flagradas na noite de segunda-feira (13) em Santa Cruz da Concórdia, localidade de Taquara, no Vale do Paranhana. A Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a Patrulha Ambiental estão reforçado o monitoramento na região.
O vídeo foi capturado pela câmera de segurança de uma lanchonete. A proprietária, Andriele Muller, 32 anos, estava fiscalizando a segurança do estabelecimento pelo celular quando deparou com a visita inusitada.
— Eu sempre tenho o costume de olhar a câmera, para ver como é que ficou (o estabelecimento). Eu vi que tinha um bicho diferente, até então, parecia ser um gato. Depois pensei ser uma onça. Ficamos com um pouco de medo por causa dos animais que a gente tem — conta ela.
Andriele e o marido Ismael Alaor Muller, 39 anos, têm uma propriedade ao lado da lanchonete. No entanto, não foi registrado nenhuma perda de animais até o momento.
— Estamos tomando mais cuidado, andando diariamente. Mas parece que ela só veio passear — avalia Muller.
Ainda não há certeza sobre qual o tipo de felino que se trata. Biólogos ligados à prefeitura de Taquara afirmam ser semelhante a um puma, porém mais jovem, por se tratar de um porte médio. Desde a sua aparição, a Defesa Civil municipal vem buscando informações com pessoas que vivem próximas à região. Até o momento, não foi localizado nenhum novo sinal do visitante. Com o solo seco, não foi possível avistar pegadas no chão.
— Nós estamos juntando informações junto com moradores próximos, junto com fazendeiros que têm criação de gado, de ovelhas. Até o momento, não teve nenhum ataque animal — afirma o coordenador da Defesa Civil de Taquara, Alessandro Santos.
Animal não oferece risco para humanos
Embora não ofereça risco para as pessoas, por se tratar de um animal arisco, ele pode se sentir acuado e reagir em caso de aproximação. Por isso, a orientação é que, ao avistar o animal, afaste-se e entre em contato com Patrulha Ambiental, Defesa Civil ou Corpo de Bombeiros. Se avistado, ele deverá ser remanejado para a região da mata.
Segundo a bióloga Flávia Tirelli, especialista em felinos e professora no programa de pós-graduação de Biologia Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os animais têm a característica de percorrer longas distâncias.
— É um indivíduo transeunte, não existe uma população de pumas ali. É um bicho que está dispersando, procurando um lugar para se estabelecer. Provavelmente, ele só estava passando por ali para achar uma área florestada, onde ele vai encontrar as suas presas — avalia Flávia.
Pumas são comuns na região da Mata Atlântica gaúcha, inclusive em florestas próximas a Taquara. No entanto, são raras as vezes em que os bichos são encontrados em áreas civilizadas. Segundo o coronel Rodrigo dos Santos, da Patrulha Ambiental da Brigada Militar, a aparição de animais silvestres fora do ambiente selvagem é consequência da ação humana na natureza.
— Estes animais vem perdendo paulatinamente parte dos seus habitats, que estão sendo modificados pela conversão de áreas nativas em áreas lavoradas e também pela expansão das manchas urbanas das cidades. A perda dos habitats diminui o território destes animais, que acabam tendo de migrar e, com isso, são mais avistados — afirma.
Se encontrar o animal, procure a Defesa Civil de Taquara pelo número (51) 99303-8172, o Corpo de Bombeiros pelo 193 ou a Patrulha Ambiental da Brigada Militar pelo 190.